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Bombeiros de Nova Petrópolis: a preparação e as dificuldades de quem está na linha de frente da pandemia

06/03/2021 - 10h07min

Voluntários em atendimento (Imagem Ilustrativa - Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – A corporação dos Bombeiros Voluntários de Nova Petrópolis é uma das maiores do Estado, isso faz com que os munícipes depositem neles a confiança por salvamentos e atividades preventivas em todos os cantos do município. No entanto, até os mais bem preparados enfrentam dificuldades, principalmente quando precisam lidar diretamente com a saúde e a vida de milhares de pessoas.

Com uma pandemia prestes a chegar no Brasil, os Voluntários de Nova Petrópolis se anteciparam com treinamentos para buscar formas de atender a população neste novo momento. Equipamentos especiais foram adquiridos, como uma cápsula de transporte que impede a contaminação. Com a chegada do coronavírus, os bombeiros passaram para a linha de frente do combate, sempre em contato com os contaminados. “Todos os pacientes os municípios que tiveram Covid-19 e foram hospitalizados, passaram por nós, transportamos todos”, comenta o comandante Edison Eduardo Rother.

Edison Eduardo Rother, comandante dos Bombeiros Voluntários (Créd.: Divulgação)

Em muitos outros casos, os bombeiros foram atender ocorrências diversas, e ao chegar no local, descobriam que o paciente também estava positivado. Por conta de situações como essa Rother explica que todos os Voluntários, que são em média de 40, precisam tomar o máximo de cuidado possível para que não haja um surto na corporação. “Querendo ou não, nós nos aglomeramos, nenhum bombeiro tem como ir para uma ocorrência sozinho. Se acontecer de tivermos 10 pessoas contaminadas, é um prejuízo para toda a comunidade. Precisaríamos até fechar o quartel por alguns dias”, explica Rother.

Curso de formação

Alunos realizaram treinos com fogo (Créd.: BVNP)

Todos os anos o Corpo de Bombeiros lança um curso para novos Voluntários, que dura cerca de oito a nove meses. Neste ano, esta formação foi adaptada. O que antes era 100% presencial, agora passou a ser metade remotamente, ficando somente as aulas práticas presenciais. No entanto, o formato híbrido tem servido para modernizar o sistema da corporação, que hoje em dia não registra mais nada no papel, sendo tudo por meios digitais.

Metas para 2021

Até o fim deste ano, a corporação espera concluir sua garagem, que fica nos fundos do quartel. O objetivo é ter um local especial para a higienização das ambulâncias e descontaminação de pessoas e materiais. Mas a necessidade mais urgente é a aquisição de duas ambulâncias, já que hoje a corporação conta com três, mas duas são muito antigas – uma tem cerca de 20 anos – e possuem muitos problemas mecânicos. “Já aconteceu de estarmos com paciente na ambulância e ela estragar. Isso é risco de vida”, disse o comandante. Para suprir essa deficiência, uma ambulância do SAMU costuma ficar de reserva no quartel.

O custo para adquirir esses veículos giram em torno de R$ 250 mil cada. Ou seja, meio milhão de reais para comprar as duas ambulâncias. Ainda assim, o comandante Rother está confiante, e afirma ter boas expectativas com a nova Administração, que se comprometeu a tentar formas de atender a esta demanda. “Se até o fim do ano não tivermos carros novos, poderemos ter sérios problemas, a manutenção será ainda mais complicada e chega um momento que não tem mais conserto”, finaliza.

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