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Alta da carne deixa o churrasco mais salgado

23/02/2021 - 17h46min

Atualizada em 23/02/2021 - 17h49min

Região – O preço da carne tem sido um sido um vilão no orçamento doméstico de muitas famílias. O prato típico dos gaúchos, o churrasco, está mais salgado para os bolsos de todas as classes sociais. E as perspectivas para esse ano são de que os preços da carne de boi continuem em alta.

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os cortes dianteiros apresentaram alta de 28,2% em 2020, enquanto os traseiros aumentaram 12% no varejo. O fenômeno inclusive força muitos a mudarem seus hábitos alimentares. A consumação caiu no ano passado no menor nível em mais de duas décadas.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o consumo brasileiro foi de 29,3 quilos por habitante em 2020, o que representa, uma queda de 5% em relação aos 30,7 quilos por habitante no ano de 2019.

O cenário preocupa consumidores e comerciantes. “É preciso encontrar um equilíbrio, por que hoje todos os aumentos são desproporcionais ao ganho. Aumentou a gasolina e o gás de cozinha também”, disse o comerciante Giles Conterrato, de 54 anos. Ele utiliza porções de carne de gado como ingrediente para produção de lanches em seu estabelecimento comercial no centro de Dois Irmãos.

Comerciante Giles comenta aumento nos preços

A alta dos preços chama a atenção até mesmo de quem não adquire carnes com tanta frequência. “Realmente observei que os preços aumentaram. Mesmo assim, não deixamos de consumir”, afirma a servidora pública, Camila Dapper, de 29 anos, enquanto fazia compras. Nem mesmo a carne de segunda escapou dos aumentos. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o reajuste médio nessa categoria foi de 17,97%. A costela, um dos cortes preferidos nos churrascos, aumentou 29,74%.

Diversificação

Os consumidores da região optaram pela diversificação dos cortes bovinos na cozinha. “Os aumentos foram parelhos. Não sobra um corte que não tenha tinha uma alta no preço. Na picanha premium, por exemplo, de novilho jovem, deixamos de vender, por semana, uns 20 quilos”, afirma o açougueiro da Carnes e Cia, Leandro Schaeffer, que acrescenta que, isso não significa que o estabelecimento deixou de vender carne bovina. Hoje, o preço do quilo da picanha varia de R$ 99,90 a R$ 124,00.

O fato é que o consumidor local passou a alternar as opções. “Picanha, filé e maminha aumentaram bastante. Em substituição a esses cortes surgem como opção, a costela, o contrafilé e o vazio que até se manteve”, acrescenta o colega Inácio Kuhn. Segundo os dois açougueiros da Carnes e Cia, o preço da costela minga está na faixa de R$ 34,90 o quilo, enquanto a janela de costela sai por R$ 42,90.

O consumo da carne de porco e aves também surge como uma alternativa. Outra constatação é que a clientela tem preferido inclusive a carne moída de segunda em substituição a primeira.

Preço da carne bovina no varejo deve seguir em alta

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