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Casal troca vida na cidade pelo interior de Morro Reuter – Parte 1

25/03/2021 - 09h18min

*por Fábio Radke 

Morro Reuter – Um processo de transição da cidade para o campo pode ser um desafio para a maioria das pessoas, em especial, para os mais jovens. O fato do local escolhido ser afastado dos grandes centros e a área adquirida estar coberta de mato podem impor ainda mais dificuldades. Moradores de um sítio de pouco mais de três hectares na localidade de Fazenda Padre Eterno, Leonardo Moresco Ramos, de 39 anos, e Andressa Welter Martins, 32, embora enfrentem desafios diários, estão tornando essa opção de vida uma experiência a cada dia mais recompensadora. As conquistas não se resumem a riquezas e lucros, mas sim, em prazeres como refeições com alimentos agroecológicos e constantes aprendizados referentes a plantios e criações de animais. “Quando começamos a passear pelo interior de Morro Reuter nos apaixonamos pelas lindas paisagens e resolvemos procurar um pedacinho de mato para chamar de lar”, explicou Andressa justificando a escolha da localidade. Antes disso, os dois moravam em um apartamento em Dois Irmãos.

Ambos ainda mantêm seus trabalhos na cidade. “Desde criança eu participei do grupo Escoteiro de Estância Velha, o Jean de Léry, isso ajudou muito a construir essa vontade de estar no meio da natureza e de fazer as coisas. Mudar para roça era um sonho a ser realizado”, afirma Leonardo. As vivências de Andressa em meio a natureza eram sempre com prazo definido. ”Minha formação acadêmica não tem nenhuma ligação com o campo, mas, era um sonho que o Leonardo queria realizar e resolvi sonhar junto. Ficou combinado que se eu não me adaptasse venderíamos tudo e voltaríamos para cidade, porém, hoje não me imagino voltando a morar em um apartamento”, assegura Andressa que trabalha como autônoma.

A mudança por si só acabou sendo uma atração em Fazenda Padre Eterno. Isso por que a moradia do casal chegou em cima de caminhões carregados com os contêineres. “Temos que conciliar nosso trabalho urbano com as atividades que queremos realizar no sítio. O home office facilitou um pouco, mas temos uma demanda grande de trabalho urbano para desempenhar, o que exige bastante organização de tempo. Nossa prioridade é sempre nosso trabalho urbano, que é o que paga as contas por enquanto”, afirma Leonardo que é servidor público.

Leonardo e Andressa junto a casa em container montada no sítio

Boas condições para os animais

Entre os animais presentes no sítio estão uma variedade de galinhas poedeiras criadas de um modo diferente do convencional. “São dez galinhas mantidas em um galinheiro móvel, que mudamos de lugar a cada 2 dias, para que elas sempre tenham pasto verde e fresco, damos coisas da horta e complementamos com ração comercial. Elas nos fornecem de 8 a 10 ovos por dia a cerca de um ano”, revela Leonardo. Um ninho comunitário de madeira dentro da estrutura serve para elas colocarem os ovos e funciona como um abrigo coberto. Com a vegetação consumida pelas aves, os locais que receberam a estrutura móvel também já possuem o esterco para o melhoramento do solo. Quem não dispensa uma pastagem e ao mesmo tempo ajuda no controle do crescimento da vegetação são as ovelhas do sítio. São cinco ovinos, sendo que dois nasceram na propriedade. “São da raça Crioula, que são ovelhas mais rústicas, com boa habilidade materna e desenvolvida aqui no RS. Temos um pastejo rotacionado para melhor utilização do nosso espaço que não é grande e para colaborar na regeneração do solo”, acrescenta Andressa.

Leonardo e Andressa junto ao galinheiro móvel

Ovelhas recebendo a atenção de Andressa antes de irem para pastagem

 

 

 

 

 

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