Destaques
Caso Lourdes: morte completa um mês e ex-companheiro continua foragido
Estância Velha – A polícia ainda busca o paradeiro do caminhoneiro e assassino da cabeleireira Lourdes Clenir Oliveira Melo, 48 anos. Foragido desde que foi responsabilidade pelo feminicídio da ex-companheira, Léu Vieira de Moura, 55, tem parentes em Santa Catarina e condenações por tráfico de drogas em Foz do Iguaçu, no Paraná. Semana passada fez um mês do crime.
Desde a localização do corpo no porta-malas do próprio carro da vítima, no município de Içara, em Santa Catarina, as forças de segurança se concentram na tentativa de descobrir o paradeiro do assassino. De acordo com familiares, o casal tinha um relacionamento há sete anos. Durante esse tempo, vários registros de violência doméstica.
Ciclo de violência
Separados desde o fim de dezembro do ano passado, a vítima tinha medida protetiva contra o agressor, mas constantemente ele quebrava a determinação judicial. As ameaças e intimidações nunca pararam.
Seguidamente, passava em frente à moradia dela e dizia que, caso ela se relacionasse com alguém, tiraria a sua vida. O relacionamento mantido entre os dois teve fim em dezembro do ano passado, quando descobriu uma traição e resolveu sair do ciclo de violência que estava inserida. Ela o denunciou e o homem chegou a ser preso pelas ameaças, mas acabou solto no dia seguinte.
O crime
Mesmo após a buscar ajuda junto à Polícia Civil, o pior aconteceu. No dia 9 de janeiro foi até a casa da ex-mulher – lugar que ela vivia sozinha. Testemunhas chegaram a ouvir gritos de Lourdes, mas não acionaram as forças de segurança. De acordo com o delegado que conduz a investigação, Rafael Sauthier, vizinhos revelaram que alguém teria saído do local com o carro da cabeleireira. No interior da moradia, sangue, objetos quebrados e nada da vítima.
Esperança de Justiça
Recém-convertida a uma igreja evangélica, Lourdes havia retornou de um culto poucas horas antes de ter a casa invadida pelo criminoso. O sobrinho Lucas Samuel Melo, 29 anos, conta que, durante a celebração religiosa, ela tomou uma decisão: a conversão. “Ela havia mudado, procurou os pastores e disse que queria se batizar nas águas. Isso aconteceria naquela semana”, relembra.
Quando souberam da morte, os familiares ficaram “sem chão”. Os filhos dela, que moram em Santa Catarina, não puderam se despedir como gostariam, uma vez que o velório teve uma hora de duração e teve o caixão fechado. O que todos querem é Justiça, que Moura seja preso e responda por todos os crimes que cometeu. “Queremos que ele seja encontrado rapidamente. O corpo, graças a Deus, foi localizado. Agora esperamos que ele seja preso para pagar pelo que fez”.
“Não se trata de suspeita”, diz filha
Só quem perde um familiar de forma brutal sabe, verdadeiramente, a dor que é. A filha de Lourdes, Camila Melo, 24 anos, nunca pensou que pudesse passar por algo parecido do eu vem vivenciando há um mês. “Nossa mãe foi tirada de nós de uma forma tão brutal e horrível que traz muitos sentimentos”, expressa.
A esperança é que a Justiça seja feita, com a prisão e condenação de Moura. A demora deixa todos angustiados. “Foi provada a autoria do crime. Hoje não se trata de suspeita, mas ainda assim não foi resolvido nada. Ele continua foragido”, lamenta.
Tentou se defender
Depois de mais de 30 dias do assassinato, novos elementos aparecem para a seção de investigação da Polícia Civil de Estância Velha. Entre eles, a forma cruel e brutal como o crime foi cometido. Lourdes foi esfaqueada sete vezes no peito.
O resultado da perícia ainda vai apontar o que aconteceu no interior da residência, entre a chegada do agressor, as facadas e, então, a saída com o carro da garagem da vítima. Sauthier diz que até agora, a polícia tem a ciência de que Lourdes tentou a se defender. Isso porque havia duas estocadas na mão.
Investigação sigilosa
Com cautela ao falar sobre o que a polícia tem até agora, o delegado garante que a dedicação para prisão do criminoso é tratada como prioridade. Sauthier pondera que não pode falar, devido ao sigilo e a complexidade do caso.
Na visão da investigação, detalhes fornecidos podem atrapalhar o andamento do trabalho. “Estamos investigando e trabalhando firme para resolver esse crime”, garante. O inquérito policial está em andamento. O mandado de prisão, expedido ainda em janeiro, está em aberto e o criminoso, foragido da Justiça.
Comunidade pode denunciar
Quem souber o paradeiro do criminoso pode auxiliar as forças de segurança com denúncias. O contato, para ligação ou WhatsApp, é o 984.644.043 está disponível para a comunidade. O sigilo é garantido.