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Criptomoedas: polícia apreende R$ 1,2 milhão, 36 carros, 1kg em pedras preciosas e até blusa feminina de R$ 7 mil

22/05/2019 - 11h25min

Atualizada em 23/05/2019 - 11h02min

Região – A operação contra a empresa InDeal, que diz operar no mercado de criptomoedas, sequestrou bens, como imóveis e carros, e bloqueou contas bancárias, com o propósito de garantir o pagamento de eventuais vítimas.

Contudo, durante a ação, que culminou na prisão de 10 pessoas ligadas à empresa e em 25 mandados de busca e apreensão, a polícia realizou outras apreensões significantes.

Conforme balança parcial divulgado pela Polícia Federal, foram apreendidos cerca de R$ 1 milhão, 12.310 euros (R$ 55.653,40), 31.953 dólares (R$ 129.090,12) e 5.340 francos suíços (R$ 21.306,60).

Também foram sequestrados 36 veículos, um quilo de pedras preciosas, além de dezenas de joias, esmeraldas, relógios, bolsas e roupas de grife, entre elas, uma blusa feminina no valor de R$ 7 mil.

A operação

A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta manhã (21/05), a Operação Egypto, que investiga instituição financeira que atua sem autorização do Banco Central. A ação tem o apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.

Cerca de 130 policiais federais, 20 servidores da Receita Federal do Brasil e seis policiais civis cumprem dez mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Porto Alegre (3), Novo Hamburgo (13), Esteio (1), Estância Velha (2), Campo Bom (1); Laguna (1) e Florianópolis (1) no estado de Santa Catarina e em São Paulo (3), capital paulista. Além dos mandados, foram expedidas ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.

O inquérito policial foi instaurado em janeiro de 2019 para apurar a atuação de uma empresa com sede em Novo Hamburgo que estaria captando recursos de terceiros, sem a autorização dos órgãos competentes, para investimento no mercado de criptomoedas. A empresa assumia o compromisso de retorno de 15%, ao menos, no primeiro mês de aplicação.

Conforme levantamentos da Receita Federal, uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. Os sócios da instituição financeira clandestina apresentaram evolução patrimonial de grande vulto, que, em alguns casos, passou de menos de 100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano.

Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.

A operação foi denominada Egypto pela similaridade dessa palavra com o termo “cripto” e pelo fato de que o negócio da empresa foi classificado por terceiros como de “pirâmide financeira”.

55 mil pessoas podem ficar sem dinheiro

Em coletiva à imprensa, a Receita Federal revelou que identificou que a empresa clandestina, que diz atuar no mercado de criptomoedas, recebeu dinheiro de 55 mil pessoas em 26 estados brasileiros. Apenas no Estado de Roraima não foram identificados depósitos de eventuais investidores na InDeal.

Cada uma destes investidores, ainda segundo a Receita, aplicou em média R$ 20 mil na empresa com a expectativa de receber de volta rendimentos de até 15% ao mês. Entretanto, o que a investigação verificou é que a InDeal usou boa parte do dinheiro recebido pelas pessoas que apostavam no negócio em operações financeiras convencionais, que rendiam de 1 a 2% de juros ao mês.

Saiba quem é o morador de Estância Velha,
sócio da InDeal, preso ontem

FOTO: POLÍCIA CIVIL

A Polícia Federal confirmou que todas as pessoas que estavam com mandado de prisão preventiva foram presas nesta terça-feira, durante a Operação Egypto, contra a empresa de Novo Hamburgo, que diz operar no mercado de criptomoedas.

Os presos são os cinco sócios da InDeal, as esposas destes, e funcionários do alto escalão da empresa. Entre os presos está Francisco Daniel Lima de Freitas. O empresário foi preso em sua residência, de alto padrão, no Condomínio Horizon, um residencial de luxo no bairro Encosta do Sol, em Estância Velha.

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