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Diário Rural: Amor pela agricultura
* por Fábio Radke
Morro Reuter – Filho mais velho de cinco irmãos, Pedro Paulo Deimling, de 59 anos, ao longo de sua trajetória de vida nunca ficou longe da agricultura. Embora na fase adulta tenha ido trabalhar na indústria, o pensamento sempre esteve voltado para a lida do campo. Hoje, o aposentado volta suas atenções a produção agrícola de subsistência em uma propriedade, de cerca de 3,5 hectares, na localidade de Linha Gorgen. “Como filho mais velho, os trabalhos mais pesados ficavam para mim. Mas eu nunca medi esforços. Não tinha tempo ruim para o serviço”, disse. Ele conta que ao atingir a maioridade, começou a trabalhar como pedreiro, mais tarde como pintor e por último como funcionário de metalúrgica. Embora tivesse emprego e salário fixo, o pensamento sempre estava voltado para a agricultura.
Aos finais de semana extravasava junto a roça e os bichos. Casado com Aldínia, o casal possui dois filhos. Atualmente, a produção agrícola é desempenhada na área de terra dividida com potreiros, açude, roça, horta e um prático galpão. A construção abriga quase uma dezena de bovinos, armazena produções e conta com espaço para as ferramentas do agricultor. “Sou muito organizado com minhas coisas. Só não encontro tudo o que eu preciso no seu devido lugar, se outra pessoa veio aqui e mexeu”, garante. Com gado para engorda, uma junta de bois e uma vaca leiteira, consegue administrar o plantel de modo inteligente. “Temos nosso leite fresco, produzimos queijo, engordamos alguns bois e com a junta consigo lavrar a terra”, acrescenta.
Orgulho com os resultados obtidos na roça
O agricultor não esconde o orgulho de apresentar as abóboras colhidas, a horta repleta de verde e as árvores frutíferas plantadas no caminho da entrada na terra até o galpão. Quando eu herdei as terras, logo coloquei na minha cabeça que não ia deixar isso daqui virar mato. “Planto sempre milho para alimentar os bichos e fazer silagem, com ajuda do Mineiro e do Segredo deixo as terras lavradas, e sempre tento manter o capricho”, acrescenta. Frutas como abacaxis, bergamotas e laranjas, são encontrados em toda extensão de área. Deimling reconhece que nos dias atuais é quase impossível alguém não tornar uma área de terra produtiva. “Com toda a tecnologia e informações à disposição das pessoas, ainda passar fome com terras para plantar é burrice”, disse.
Organização do espaço
Uma das marcas do trabalho de Deimling é a organização do galpão e da propriedade como um todo. “Aqui guardo todas as minhas ferramentas, tenho um espaço para armazenar abóboras que uso para tratar os animais e também tenho uma sala aonde já armazeno logo o leite”, descreve. A repartições para abrigar o gado também são divididas de modo prático e inteligente. Aqui ficam os bezerros depois que tiro eles das vacas”, acrescenta. O caminho que dá acesso ao galpão conta o plantio de árvores frutíferas na beirada. Segundo o produtor, quando sai com a carroça para a lavoura consegue dar uma paradinha e já colher frutas com facilidade.
Época de silagem
O atual período do ano proporciona que a alimentação do gado ganhe um reforço com o oferecimento de silagem. A produção que consiste em moer o milho ainda verde e armazenar em tanques ou debaixo de lonas impedindo o contato com ar é muito comum na região. Deimling destaca que costuma plantar milho para essa finalidade e também já andou realizando testes. “Aqui em tonel eu adicionei cana de açúcar”, aponta. A silagem ganha importância na medida que a pastagem reduz no inverno e também por que o trabalho de realizar pasto nos dias frios não é uma tarefa fácil. Com um carrinho de mão e uma pá, o produtor rural trabalha na massa de silagem antes de levar o alimento dos bovinos até o galpão.