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Diário Rural: Produção de morango mantém tradição de família em Linha Araripe

02/09/2020 - 09h33min

Os morangos são exibidos com orgulho pelo produtor (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – Há 10 anos, Thomas Schwartz resolveu expandir os negócios da família que há décadas tem na produção rural a sua fonte de vida e renda. O que começou com seus avós produzindo leite, hoje, além do gado, a Granja Schwartz produz morangos como a sua principal atividade.

Em 2010, aos 18 anos, Thomas começou a plantação com cinco mil plantas. O apoio dos pais foi fundamental para expandir a diversidade de produtos da família. Diferentemente de muitos que não gostam de mudar o que está dando certo, ele afirma que os pais sempre o incentivaram para buscar uma inovação e seguir seu próprio caminho de produção. “Isso é fundamental para que mais jovens permaneçam no campo”, contou.

Thomas criou a Nutrymor (Créd.: Dário Gonçalves)

Com isto em mente, realizou um curso de técnico em agropecuária, na Escola Bom Pastor e, mais tarde, Se formou em agronomia pela Universidade Federal de Caxias do Sul. Nos seus primeiros anos, a maior parte do trabalho foi feito de forma estudada. Primeiro entendeu as técnicas e os trabalhos de produção com o plantio no chão. Depois, começou a captar clientes em mercados e outros estabelecimentos. Hoje, 10 anos depois, ele conta com 30 estufas e mais de 100 mil plantas que produzem cerca de 75 toneladas de morango por ano. E foi assim que surgiu a Nutrymor.

O crescimento dos morangos é rápido, assim, as colheitas ocorrem todos os dias, alternando entre as estufas. Em um dia, 15 estufas têm seus morangos colhidos, no dia seguinte, as outras 15 passam pelo processo. Desta forma, a cada dois dias, cada planta produz frutos novos. As mudas são todas importadas, desde países da América do Sul, como Argentina e Chile, e até mesmo da Espanha. Cada planta, gera morangos por dois anos e depois tudo é replantado.

Novos morangos surgem todos os dias (Créd.: Dário Gonçalves)

Depois da colheita, elas vão direto para a sala de embalagens, que possui uma temperatura específica para isso, que impedem que os morangos “soem” dentro das bandejas e acabem estragando. De lá, passam para a sala de refrigeração para que se mantenha em perfeitas condições. Então, as caixas vão direto para os caminhões que fazem a distribuição. Inclusive, a grande parte dos clientes nem são de Nova Petrópolis, mas sim do Vale dos Sinos e do Paranhana.

Qualidade x Quantidade

A partir de 2013, Thomas conseguiu triplicar sua produção, e hoje, seu principal foco é melhorar cada vez mais a qualidade e a produção de suas plantas. Desta forma, com a mesma quantidade de mudas e espaço que possui hoje, ele conseguirá mais morangos. “O objetivo é explorar essa produção. Não adianta eu colocar mais plantas e não conseguir dar conta de todas”, explica.

Colheita é feita em família (Créd.: Dário Gonçalves)

A produção é feita com a parceria de outras três famílias, já que não era mais viável fazer tudo sozinho. Juntos, realizam o corte das folhas estragadas, mantém as mudas sempre saudáveis e, é claro, colhem os morangos. Sua qualidade varia entre três fatores: cor, tamanho e consistência. O vermelho vivo representa o melhor dos morangos, mas se escurecer um pouco, já começa a passar do ponto. A irrigação é feita de forma automática, com um sistema que pouco a pouco vai pingando água na produção.

Outras atividades

Pimentões começaram a ser plantados (Créd.: Dário Gonçalves)

Como tudo começou com seus avós na produção de leite, a atividade não foi esquecida. Na granja há cerca de 48 vacas, e em torno de 20 delas estão em lactação. Elas produzem diariamente 700 litros, mas quem cuida dessa parte são os pais de Thomas. Embora ele siga dando todo o suporte necessário e apoio naquilo que é preciso. E se muitos produtores tiveram problemas com a estiagem neste ano, ficando sem pasto para o gado, este não foi o seu caso. Na propriedade, há silagem estocada para 18 meses. “Tem gente que acha que isso é exagero, mas é muito melhor você ter essa reserva do que passar por dificuldades nas secas. Eu vi gado próximo daqui morrendo por não ter o que comer”, relembrou.

Na propriedade há cerca de 20 vacas em lactação (Créd.: Dário Gonçalves)

Recentemente, ele também começou a investir na produção de pimentões amarelos e vermelhos. São seis mil vasos que agora estão em seu segundo plantio. Nas estufas exclusivas para eles, a temperatura é medida por um termômetro local e por um sistema que mede as condições climáticas da estufa e podem ser vistas e alteradas diretamente do celular, à distância. A ideia é deixar tudo automatizado e fazer com que as cortinas das estufas se abram e se fechem sozinhas, conforme o necessário.

Além disso, ele também já começou o cultivo de couve-flor e brócolis. Tudo é muito orgânico e chega ao consumidor da mesma forma que saiu da terra. No caso dos morangos, podem ser comidos diretamente dos pés.

Morangos podem ser comidos na hora (Créd.: Dário Gonçalves)

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