Dois Irmãos 62 anos: Élio Pauletti, uma trajetória ligada a Sociedade São João

O morador do bairro Travessão esteve durante muitos anos integrando a direção da entidade e liderou diversos eventos sociais de sucesso

* por Fábio Radke 

Dois Irmãos – Natural de Nova Roma do Sul, o filho de agricultores italianos Élio Pauletti, de 65 anos, chegou a Dois Irmãos em 1978. O morador do bairro Travessão e construtor civil possui uma trajetória de vida ligada a Sociedade São João. Ele afirma que foram cerca de 12 anos como presidente da associação. Entre os anos de 1991 a 1997 e posteriormente, de 2002 a 2017, sempre esteve ocupando algum cargo da diretoria. Localizada às margens da BR-116, próximo ao quilômetro 230, a estrutura física da São João teve o dedo de Pauletti. Inúmeras melhorias no prédio aconteceram a partir da liderança e sempre com a mobilização da comunidade. “Foi um aprendizado grande, por que eu vim da colônia e não tenho muito estudo. Eu me envolvi com o trabalho em prol da sociedade e me cerquei de muitas pessoas competentes”, disse Pauletti.

O trabalho à frente da sociedade, que teve início em 1991, rendeu boas amizades com pessoas de toda região, em parte, graças aos tradicionais eventos realizados. “A agenda tinha promoções como os jantares de casais, o baile de carnaval era forte, os eventos aos domingos, o Kerb em junho e até um baile da Independência. O Jantar de Kerb ainda hoje deixa saudades e também era sinônimo de renda certa”, afirma. Ainda segundo ele, a participação do público era tanta que uma das edições chegou a servir cerca de 200 jantas.

Em uma das gestões encabeçou o movimento para a compra em definitivo do terreno que abrigava a sociedade. “A sociedade ficava em cima da terra que pertencia a Mitra. Era cobrado algo como três salários por ano. Foi realizado então um negócio envolvendo uma área de terra perto da igreja e outra no Travessão”, explica. Com o sucesso da gestão da entidade foi possível adquirir também uma área de terra de cerca de oito hectares pensada para receber atrativos a serem utilizados pelos jovens. No auge da associação, o número de sócios chegou aos 150 membros.

Uma mudança na estrutura do prédio também aconteceu com a remodelação da entrada com a frente redonda e a construção de um camarim para os músicos. Melhorias também aconteceram nos banheiros dos homens e mulheres, entre 2005 a 2006, a fim de ficarem mais aconchegantes. O ex-presidente da Sociedade São João reafirma que era feita uma coisa de cada vez, sem fazer dívidas.

Situação atual das sociedades

Pauletti lamenta a situação atual das sociedades e clubes da região. “Bailes não deu mais, o jogo de bolão é pouco, jogar carta morreu, então entrou a pandemia. Hoje essas entidades devem estar apanhando para pagar as contas”, lamenta. Ele afirma que a principal receita para as despesas dessas estruturas era proveniente dos eventos festivos.

Um dos diferenciais da Sociedade São João era a qualidade e o fato do almoço ou janta sempre ter sido servido às mesas. O cardápio dos eventos também era de dar água na boca. “Nos jantares típicos tinha linguiça (simples e cozida), churrasco, carne de porco assada no forno, bolinho de carne, chucrute, massa, molho de língua e mondongo. Havia cerca de 7 a 8 tipos de saladas. Não havia buffet”, recorda.

* Este conteúdo faz parte do caderno especial de 62 anos de Dois Irmãos, produzido pelo Jornal O Diário da Encosta da Serra