Efeito bandeira preta?: Casos de Covid-19 despencam em Nova Petrópolis

Nova Petrópolis – Março foi o mês mais letal da pandemia do coronavírus em todo o mundo. Neste mês, no município, foram diagnosticados 885 casos positivos e 25 novos óbitos, totalizando 41. Já se via que a situação seria grave em fevereiro, quando 361 casos e cinco mortes foram registradas. Como consequência, a bandeira preta sem permissão para a cogestão desde o dia 27 de fevereiro. Dali em diante, foram mais de três semanas inteiras de portas fechadas para o comércio considerado não essencial, o que gerou a revolta dos empresários que, desde a metade de março, vêm realizando protestos, pedindo a reabertura e mais flexibilizações.

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Porém, embora muitas perdas econômicas tenham acontecido devido às portas fechadas, na questão da saúde, há também notícias boas. Após elevação, os números de casos ativos em Nova Petrópolis reduziram drasticamente, como há muito não se via. O município terminou março com apenas 27 casos ativos da doença, de acordo com o boletim epidemiológico do dia 31. Isso representa uma redução de 86% em relação ao último boletim de fevereiro, no dia 26, quando mostravam 197 ativos. Em relação ao número de suspeitos, outra grande queda: de 247 no dia 26 de fevereiro, para 58 em 31 de março. O que corresponde a -77%.

A queda pode ser vista como um resultado eficaz do distanciamento social, mesmo que a redução não tenha sido imediata. Muito pelo contrário. No dia 22 de março o município registrou 131 novos casos em um único dia e estava com 224 ativos. No dia seguinte, 208 pessoas estavam entre os suspeitos. Mas a partir desta data, que coincidentemente marcou a reabertura do comércio, os números de caso começaram a baixar. Embora as internações e mortes ainda estavam aumentando.

Distanciamento controlado

De acordo com o vice-prefeito e secretário de Saúde, Martim Wissmann, os casos positivos diminuíram porque houve menos pessoas circulando em diferentes espaços. “Essa é uma das premissas básicas do Modelo de Distanciamento Controlado do Estado”, disse. Wissman ainda destaca que, apesar do efeito positivo do distanciamento, o vírus teve uma mutação e se tornou mais contagioso, o que explica o aumento no número de óbitos.

Mas os empresários estão irredutíveis e dizem que não fecharão mais as portas, pois temem que, se fizerem isso, não conseguirão mais arcar com os compromissos financeiros e será preciso fechar de vez as empresas. O vice-prefeito diz que a Administração está ao lado de todos e gostaria de poder ajudar a todos, então, segundo ele, qualquer tratativa de flexibilização nos protocolos sempre é amparada no equilíbrio, para que não se abra mão dos cuidados que o momento exige. “Acreditamos que podem haver sim algumas flexibilizações, mas sem abrir mão dos protocolos”.

Por fim, destacou que aqueles estabelecimentos que estão abertos ao público, e aquelas pessoas que estão podendo trabalhar, devem seguir todos os cuidados possíveis. “Se houverem as flexibilizações, quem for beneficiado também precisa ter a consciência da necessidade de cuidados. Se não, em breve poderemos estar novamente com uma situação grave e tendo que deixar muitos estabelecimentos sem atendimento ao público”, finalizaou Wismann.

Vacinação

Até o último dia 29, Nova Petrópolis havia recebido 3.690 vacinas para a primeira dose e aplicado 3.645. Para a segunda, foram recebidas 940 e todas foram aplicadas. Os grupos já vacinados são: profissionais de saúde que atuam na linha de frente da pandemia, idosos institucionalizados, acamados com 60 anos ou mais, idosos com 66 anos ou mais, outros profissionais de saúde da rede pública e privada.

Nesta segunda-feira, 5, Nova Petrópolis receberá um novo lote de vacinas. Na mesma data, a secretaria de Saúde informará sobre a sequência da imunização no município.