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Entrevista: Gordinho fala sobre sua gestão e indica nova candidatura em 2024

24/12/2020 - 13h42min

Atualizada em 24/12/2020 - 13h43min

Lindolfo Collor – Nas eleições municipais de 2016, Gilmar de Quadros, conhecido como Gordinho, entrou para a administração do município como vice-prefeito eleito, ao lado do líder da chapa, Wiliam Winck. Com a cassação do mandato de Wiliam em novembro de 2019, Gordinho passou a assumir a gestão.

Prefeito de Lindolfo Collor por pouco mais de um ano, em entrevista ao O Diário ele avalia a forma como conduziu o governo, fala sobre suas conquistas e arrependimentos, destacando ainda seus planos para o futuro – tanto pessoal quanto político.

Confira a entrevista:

Como está a sua expectativa para os últimos dias de mandato?

“Eu e minha equipe temos trabalhado muito desde que assumimos a Prefeitura. Sabemos que quando chegamos aqui, pegamos uma administração com muitas dívidas. Então, com muito compromisso, demos o nosso melhor e conseguimos deixar todas as dívidas zeradas, com dinheiro em caixa para que o próximo governo possa sair direto trabalhando assim que assumir.”

Quais considera que foram as suas conquistas como prefeito de Lindolfo Collor?

“O primeiro passo que eu dei como prefeito – e que tenho muito orgulho de dizer para a população de Lindolfo Collor – foi resgatar o nome do nosso município. Tínhamos dívidas em diversos lugares, não tínhamos crédito para comprar um aspirador de pó, por exemplo. Hoje Lindolfo Collor tem nome no mercado novamente. Mas, além disto, fizemos muitas outras coisas boas neste nosso um ano de governo: abrimos o posto de saúde na Capivarinha, compramos pracinhas, ampliamos o transporte para a capital, compramos 53 novos computadores, compramos aparelhos de ar-condicionado para as escolas, reformamos as quadras das escolas, fizemos importantes pavimentações… Sem falar na reforma do Centrinho, que é algo que ficará marcado. Diziam que seria necessário um investimento de mais de um milhão de reais para as obras de reparação do Centro Comercial Arno Ellwanger, mas provamos que foi possível realizar uma boa reforma com pouco dinheiro. E ficou muito legal! Tenho muito orgulho de passar por ali e ver o pessoal tirando foto com sua família nos finais de semana, as crianças brincando na pracinha… São coisas que nós conquistamos, eu e minha equipe.”

Quais aprendizados te marcaram durante este período?

“Eu era pai de uma família antes e eu tinha compromisso apenas com ela. Mas, no momento em que eu me tornei prefeito, neste um ano, eu fui praticamente pai de Lindolfo. Eu assumi um compromisso também com os munícipes. Então, meu telefone, por exemplo, ficava 24h ligado, se acontecesse qualquer coisa, com qualquer munícipe, eles me ligavam. O que eu pude fazer pela comunidade de Lindolfo, eu fiz, com comprometimento. Então, isto é algo que eu vou levar, foi um aprendizado para mim. Teve partes que foi um compromisso bem pesado, mas era o meu dever, era o que eu tinha que fazer como prefeito. São coisas que vão ficar marcadas, é uma responsabilidade grande, mas é muito gratificante quando vemos que conseguimos ajudar outra pessoa. Vou levar comigo este forte sentimento de que quando tu te comprometes com algo, tu tens que te envolver mesmo, não apenas falar uma coisa e fazer outra. Fora o que eu aprendi com a população, porque a gente aprende muito em cada conversa. E são essas coisas que vou levar do governo que tive aqui.”

Como definiria seu governo?

“Definiria meu governo como ótimo. Neste um ano em que assumi a Prefeitura, eu sofri muito. Fui muito criticado, me ‘bateram’ muito, mas fiz algo que nunca havia acontecido na história de Lindolfo Collor, que foi deixar mais de um milhão de reais nos recursos livres da Prefeitura. Então, hoje saio de cabeça erguida porque eu fiz o meu melhor por Lindolfo e eu sei que o meu município pode crescer. Se o prefeito que assumir trabalhar com honestidade e seriedade, ele pode fazer muito pelos munícipes e pela nossa cidade. Lindolfo Collor pode crescer.”

Há algum projeto que gostaria de ter realizado enquanto prefeito e não conseguiu?

“Eu gostaria muito de ter conseguido asfaltar a 14 Colônias e a 48 Alta. São duas das ruas mais antigas do município, que ligam Lindolfo a outras cidades, e são locais em que os moradores sofrem muito com poeira, barro… Fico muito sentido por não ter conseguido realizar esta obra e ajudar a comunidade desta região. Eles vieram até mim pedir ajuda para resolver esta situação, mas não tivemos tempo para solucionar. Um ano foi muito pouco para mim, muito pouco mesmo. Se eu tivesse ganho a oportunidade de seguir à frente da Prefeitura, com certeza era algo que eu iria fazer.”

Você chegou até o cargo após o impeachment de seu companheiro de chapa, Wiliam Winck. Como encarou este processo de cassação?

“Não gosto de falar muito sobre o impeachment. Na época, inclusive, eu era o presidente do meu partido e eu não quis assinar para a cassação do Wiliam. Penso que se ele cometeu algum erro, ele pagou pela falha dele. Então, eu não posso fazer nada.”

Há algum arrependimento das decisões que tomou na época do impeachment?

“Bom, quem abriu o processo de impeachment foi a Câmara de Vereadores, então, não tinha o que eu fazer. Mas quando assumi, consegui ver como o município realmente estava: cheio de dívidas, cheio de compromissos e recebendo cobrança em cima de cobrança. A gente consegue comprovar que a cidade estava endividada, que quando eu entrei havia apenas R$1.800 no caixa livre, fora as mesas cheias de boletos para pagar e as contas chegando. Pelo que hoje vejo que estava se passando em Lindolfo, considero que o impeachment não foi algo injusto, foi algo que, inclusive, aconteceu no momento certo para não quebrar o nosso município.”

Considera que poderia ter feito algo diferente para que o resultado da eleição fosse outro?

“Acho que um erro que eu talvez cometi durante o período de campanha, foi não ter tirado ao menos 15 dias de férias, para estar mais na rua, visitando mais pessoas. Os meus adversários tiveram 45 dias para correr dia, noite e final de semana. Eu só tive noites e finais de semana, e durante o dia eu trabalhava. Mas como nossa demanda aqui era grande, tínhamos muita coisa para fazer, decidi continuar trabalhando no período eleitoral. De repente este foi o erro que fez com que eu acabasse tendo que entregar minha cadeira de prefeito.”

Quais são seus planos para os próximos quatro anos?

“Como este foi um ano bem turbulento, neste primeiro mês pretendo tirar alguns dias para descansar com a minha família. Depois, vou começar a largar currículos pelas empresas. Pretendo voltar a trabalhar na área do calçado, que foi onde sempre atuei. E, assim, quero deixar claro para os munícipes de Lindolfo que podem continuar contando comigo, podem me procurar sempre que precisarem. E nestes quatro anos, junto com os nossos vereadores, também estaremos fiscalizando. Caso a gestão que está vindo precise de alguma ajuda nossa, estarei aqui. Porque eu acho que a gincana passou, nós não somos inimigos, somos adversários políticos, mas eu torço para o meu município crescer.”

Pretende concorrer à Prefeitura de Lindolfo Collor em 2024?

“Com certeza! Durantes os próximos quatro anos vou me preparar para voltar mais maduro, com mais conhecimento. Neste ano em que estive à frente da administração, me deparei com assuntos de setores com os quais eu não possuía muita proximidade, e isto pode ter me levado a errar em alguns momentos. Então, principalmente nestas áreas onde errei, buscarei me aperfeiçoar. Mas, sim, com certeza em quatro anos eu volto para concorrermos a Prefeitura novamente.”

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