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Ivoti: pandemia altera rotina dos consumidores

04/06/2020 - 17h58min

Consumidores precisam se higienizar antes de entrar nas lojas e, em alguns casos, usam luvas para manusear produtos

Ivoti – Ao entrar em lojas, é necessário passar álcool em gel e não se pode experimentar as roupas no provador. Nos supermercados, a temperatura é medida através de um termômetro digital de testa. Nos restaurantes com buffet, agora são os garçons que servem a comida. Nas filas, é preciso manter a distância. Todos, mas principalmente os consumidores, tiveram a rotina drasticamente alterada com o avanço da pandemia.

Diversos comerciantes, entre vendedores, gerentes e empresários, citaram as mudanças na atitude de clientes e das próprias empresas para adequarem-se às medidas de prevenção ao novo coronavírus. Conforme a proprietária da Tulipa Flores e Presentes, Letícia Welter, os clientes estão tentando ter um cuidado maior para evitar algum tipo de contato com outros consumidores. Relato parecido com a da gerente da Loja Amarílis, Deise Gonçalves. “O cliente está mais cauteloso, cuidando sempre onde toca e pensando mais antes de comprar”, destacou a gerente.

Segundo a moradora de Ivoti e consumidora do comércio local, Edinalva Correa, o zelo por parte do cliente aumentou muito em função das medidas de prevenção e do temor no avanço da doença. “Antes, a gente entrava muito livre nos estabelecimentos. Hoje mudou bastante. Temos de levar as roupas para cara para experimentar, tentamos fazer uma volta mais rápida nos mercados e nas lojas, sempre tentando não tocar muito nos produtos”, relatou.

Após clientes provarem, óculos são devidamente higienizados e devolvidos às prateleiras

Cuidados extras no comércio

Esta atitude mais cautelosa por parte do consumidor levou os comerciantes a tomarem cuidados extras, também definidos por decreto estadual, para atender da melhor forma o cliente. Na Ótica Canova, de acordo com o gerente Max Canova, os principais cuidados são na limpeza dos produtos. “Os clientes primeiro perguntam se as peças estão higienizadas. Sempre depois que alguém experimenta um óculos, por exemplo, higienizamos novamente o produto”, comentou.

Outro exemplo é a Amarílis, onde os consumidores podem levar as roupas para casa para experimentar, visto que os provadores estão impedidos de serem utilizados. “As roupas que o cliente devolve ficam de 24 a 36 horas de ‘quarentena’ aqui e passam por lavagem a seco antes de serem devolvidas para as araras da loja”, contou a gerente.

Roupas que clientes provaram em casa ficam mais de um dia em “quarentena” nas lojas

Reinvenção para vender

Uma grande aliada do comércio nesta situação de pandemia tem sido as redes sociais. A maioria dos estabelecimentos passaram a usar ou até aumentaram as vendas através de ferramentas como o Facebook, Instagram e WhatsApp. Nos aplicativos, os vendedores apresentam os produtos e negociam diretamente com o cliente, tudo à distância. Além disso, a entrega e até a forma de pagamento é realizada através de tele-entrega.

“Estamos usando de uma forma diferente as redes sociais. Antes mandávamos foto de um ou outro produto para chamar o cliente até a loja. Agora combinamos tudo por ali”, contou Deise, da Loja Amarílis. “Também é novidade o uso de moto-boy para levar as peças até a casa do cliente, para ele não vir até a loja. Antes, como todos os clientes vinham até aqui, a gente nunca precisou desta opção da tele-entrega”, prosseguiu.

Além disso, segundo a proprietária da Tulipa Flores e Presentes, as vendas por tele-entrega tiveram um crescimento considerável desde que a pandemia avançou pela região. “O pessoal está pedindo bastante para entregar, principalmente presentes e lembranças. Nós já tínhamos esta opção antes, mas agora as vendas por este canal duplicaram”, falou Letícia Welter.

Por outro lado, em alguns setores do comércio a visita de consumidores é imprescindível para as vendas, conforme o relato de Max Canova. “Usamos as redes sociais para divulgação dos produtos, pois óticas e joalherias são um setor em que dependemos muito que o cliente venha até a loja para provar”, completou o gerente.

Baixo movimento beneficia hóspedes que buscam tranquilidade e sossego

Nova rotina no setor hoteleiro em Nova Petrópolis

Em Nova Petrópolis, município que tem o turismo como sua principal atividade, a rede hoteleira foi reaberta no dia 1º de maio, podendo operar com o máximo de 50% de sua capacidade. Passado um mês, a realidade ainda está longe disso. Mas, para os poucos hóspedes que estão na cidade, o momento pode ser positivo.

A turista Meri Eli Gonçalves dos Santos, de 45 anos, está desde a segunda-feira, 1º, no hotel Villa Flor com uma amiga. As duas são as únicas hospedadas no local e irão embora somente na sexta-feira, 5. Elas estão aproveitado o silêncio proporcionado pela falta de outros clientes. “No início da pandemia foi estranho o uso das máscaras, atrapalha na respiração. Mas sempre fui uma pessoa atenta à higiene e esses cuidados redobrados são benéficos. O silêncio é muito bom”, comentou.

Meri está de férias, e por isso aproveitou para vir ao município. Contudo, os cuidados foram tomados desde a escolha do horário da viagem. “Quando viemos, eram apenas seis passageiros dentro do ônibus”, contou ela, que é de Porto Alegre.

Mesmo operando seguindo as determinações do Decreto Estadual, como disponibilizar alcool em gel e só permitir a entrada do cliente se estiver de máscara, o momento é delicado. O gerente do Villa Flor e do Rothenburg, Robson Machado, afirmou que os dois hotéis estão alcançando apenas 10% da lotação, muito longe dos 50% permitidos. “O impacto é muito grande. De certa forma, precisamos selecionar os hóspedes. Se eles apresentarem algum problema de saúde, algum sintoma, já não podem vir. É uma situação que nunca tínhamos vivido”, disse.

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