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Ladrões furtam batatas nas lavouras dos agricultores em Santa Maria do Herval

03/06/2020 - 09h55min

Atualizada em 03/06/2020 - 11h45min

Criminosos levaram somente as batatas mais graúdas e, as menores, deixaram para apodrecer (FOTO: arquivo pessoal)

Santa Maria do Herval – Até que haja algum retorno financeiro, o trabalho suado dos agricultores passa por diversos obstáculos. Começa pelas condições climáticas: muitas vezes chove de mais, outras, a estiagem castiga. Tem também o valor dos insumos elevados e, em contrapartida, a venda e comercialização não compensa devido ao preço.

Além dessas são diversas outras dificuldades. Mas, dentre todas elas, o agricultor não espera, em nenhum momento, chegar na sua lavoura e ver seus produtos furtados. Mas isso aconteceu na propriedade João Daniel Schmitz, 43 anos, na localidade de Alto Padre Eterno. “Levaram cerca de seis sacos de batata direto da roça”, contou ele.

O filho João Augusto, mãe Maristela e pai João Daniel lamentam o prejuízo que tiveram (FOTO: Cleiton Zimer)

Surpresa

O furto aconteceu há duas semanas, em uma propriedade que fica distante da casa da família. “Quando chegamos lá, vimos que alguns pés da batata tinham sido levados”, comentou Maristela, 37 anos, esposa de João. Ela conta que, dias depois, foram até a outra extremidade da plantação e, lá, viram que o estrago tinha sido bem maior. “Quem sabe eles levaram tudo de uma única vez, nós só não vimos”, lamentou ela.

“É triste”

O filho João Augusto, de 15 anos, que sempre ajuda os pais na roça, destacou que os criminosos arrancaram as batatas em uma linha constante. “E eles levaram somente as batatas graúdas, as pequenas eles deixaram lá, para apodrecer”, contou. “É triste ver isso acontecendo. A gente precisa trabalhar muito, no sol, na chuva, no frio, aí acontece isso”, lamentou.

Agrotóxicos

Assim como qualquer plantação, as batatas precisam receber defensivos agrícolas. “Naquela mesma data, durante a parte do dia, passamos veneno no local. De noite, eles já passaram e cometeram o furto. Pela quantidade que levaram, a gente pensa que foi para vender, mas, se no dia anterior passamos veneno, o produto não pode ser consumido. Tem uma certa carência, é preciso esperar para colher e, só depois, consumir”, disse Maristela.

Não é a primeira vez

João Daniel destacou que, “infelizmente não é a primeira vez que aconteceu”. Há dois anos, de acordo com ele, também ocorreu um furto no mesmo local, onde levaram cerca de 15 sacos de batata. “Depois disso desisti de plantar lá, mas, esse ano quando optamos por plantar de novo, a situação se repetiu”, lamentou o produtor.

Ele destacou que a polícia está, agora, fazendo constantes rondas pelas proximidades. Há pouco dias, novamente, vizinhos dos arredores da plantação perceberam luzes suspeitas durante a noite na lavoura, a polícia teria ido até o local, porém, ninguém foi localizado. Mas felizmente nada foi levado.

“Não vou negar alimento”

A família se diz triste com os ocorridos, pois os furtos representam grandes prejuízos diante dos investimentos que são feitos pelos agricultores. Mas João Daniel destaca que nunca negaria alimento, em momento algum, se alguém realmente necessitado viesse pedir. “Se fosse necessário, iria na roça e tiraria um saco de batata inteiro. Mas não furtar, isso não se faz”, lamentou.

Caso semelhante

Ladrões levaram aipim e batata doce (FOTO: arquivo pessoal)

Em Dois Irmãos uma situação parecida aconteceu no Vale Esquerdo. Ladrões furtaram cerca de 150 pés de aipins, o que, de acordo com os proprietários são em torno de 300 quilos. Além disso, levaram também 150 quilos de batata doce. “Este ser humano, que se quer suja suas mãos pra plantar e cuidar, mas, é capaz de roubar, afinal é mais fácil que trabalhar para ter”, disse a proprietária.

 

 

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