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Morador de Ivoti por pouco não é mais uma vítima do “golpe dos nudes”

03/08/2021 - 09h28min

Atualizada em 03/08/2021 - 09h41min

Felipe Faleiro

Ivoti – Um morador da região de 42 anos por pouco não foi mais uma vítima do chamado “golpe do nudes”, no qual há pedido de extorsão por supostos materiais pornográficos, encaminhados por pessoas que se dizem meninas menores de idade. A conversa que quase resultou no golpe aconteceu nesta semana, e o Diário obteve o relato completo.

O homem mandou mensagens para vários de seus contatos frequentes no WhatsApp. Entre eles, uma mulher que, no decorrer da conversa, se identificou como Camila, que não é o mesmo nome do contato que ele tinha salvo. Ela perguntou a idade do homem e informou depois que tinha 15 anos, seria moradora de Gramado, mas nascida em Minas Gerais.

Em determinado momento da conversa, ela enviou conteúdo pornográfico e pediu que o homem fizesse o mesmo, o que foi recusado. A suposta menina também se mostrou interessada em marcar um encontro com ele, o que ele aceitou, mas já suspeitando se tratar de um golpe. Minutos mais tarde, outro telefone, desta vez com o DDD 54, iniciou uma conversa com a vítima.

O homem do outro lado da linha se identificou como Rodrigo de Melo. Seria inspetor da Polícia Civil de Gramado e suposto parente da menor. Depois, o “inspetor” enviou trechos da lei relacionada a posse de material pornográfico envolvendo criança ou adolescente, ameaçando enquadrá-lo como pedófilo.

Suposta menor de idade encaminhou conteúdo pornográfico para o homem e pediu que ele fizesse o mesmo

Em seguida, ele disse que a menor e os pais entraram em confronto, fazendo com que a casa ficasse destruída. No final, cobrou R$ 1 mil da vítima, dizendo que o valor seria referente aos equipamentos destruídos durante o suposto conflito. Para credibilizar a história, o suposto membro da Polícia Civil disse que a família descobriu que a “menor” havia encaminhado nudes pelo celular.

A “menor” também teria dito, segundo o “inspetor”, que a vítima entraria em contato com ela mais tarde. Logo no começo da conversa, o falso inspetor encaminhou os dados pessoais da vítima para ela própria, a fim de intimidá-la. Em determinado trecho, o golpista dá duas horas para “resolver a situação”, ou seja, para que a vítima depositasse o dinheiro pretendido e “abafasse” o caso.

“Posso dar continuidade nesta ocorrência contra o senhor? Espero que tenha um advogado bom”

Isto o morador da região também não fez. “Posso confiar no senhor? Posso pôr minha mão no fogo pelo senhor”, disse o falsário. “Tem como me dá (sic) uma posição sou bem pontual e bem rígido”. Neste ponto, a vítima já havia confirmado o golpe, e não atendeu o telefone, já que o falsário tentava ligá-lo. Mas o falso inspetor continuou a mandar mensagens de forma intimidadora.

“Não está disposto a resolver da melhor forma? Posso dar continuidade nesta ocorrência contra o senhor? Espero que tenha um advogado bom”, escreveu o golpista. A vítima ainda encaminhou uma foto da insígnia da Polícia Civil, ao que o falsário respondeu, debochando: “Tem como passar o seu celular para o responsável da delegacia?”. Instantes depois, bloqueou a vítima no WhatsApp.

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