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Nova Petrópolis: a história de um dos grupos pioneiros no cultivo das tradições alemãs
Nova Petrópolis – Um dos grupos pioneiros no cultivo das tradições alemãs, o Volkstanzgruppe Tannenwald, teve sua história contada no 48º Festival Internacional de Folclore, em live transmitida na última sexta-feira, 23. O resgate foi feito pela fundadora Maria Zilles Knorts, pelo historiador Renato Urbano Seibt, Odete Regina Schmitt Voltz, e pelo coordenador das categorias infantis, Lauri Roberto Weber. Com mais de 3,7 mil visualizações até o momento, a live pode ser conferida no facebook do Festival.
Tudo começou muito antes da criação do grupo folclórico, há 175 anos, quando os primeiros colonizadores alemães chegaram a uma terra com muitos pinheiros, e o chamaram de Tannenwald, ou, Pinhal Alto. “Eram pessoas fortes, decididas, que trabalharam para construir uma nova pátria nos moldes que conheciam da Alemanha”, conta Seibt. Mas foi no ano de 1975 que o grupo começou. Integrado por descendentes de 3ª e 4ª gerações dos colonizadores, buscando manter vivas as tradições dos antepassados, e idealizado por Severino Seger.
“Conhecer e preservar a tradição alemã”
Iniciou-se então uma pesquisa minuciosa dos trajes típicos e das danças que praticavam os colonizadores do Pinhal Alto e arredores. O tempo passou e o grupo se desfez, mas deixou como legado seu patrimônio cultural adquirido até então, principalmente os trajes que representavam a simplicidade e as dificuldades financeiras da época.
Mudanças
Paralelamente a isso, surgia na Escola Estadual de Ensino Fundamental São José, no Pinhal Alto, um grupo liderado pela professora Maria Knorts, que se dedicou às tradições gaúchas. Na época, por volta de 1977, chamou-se de Grupo Mirim São José, que atuou até o surgimento de um novo projeto. Cada um tinha seu próprio traje, o que trazia falta de uniformidade entre os integrantes. Mas então, uma parceria com a Prefeitura resultou em auxílio ao grupo e os trajes foram padronizados.
Os integrantes, todos com traços germânico, sentiam falta de uma cultura que os identificassem. Então, em 1980, criaram o Volkstanzgruppe Tannenwald para preservar a tradição alemã, e se desfiliaram da escola cinco anos mais tarde. Em novembro de 85, realizaram o primeiro baile para casais, ao sim da banda típica Tannenwald.
Nova Identidade
Em 1991, foi criada uma nova identidade para o grupo, com um brasão contendo os elementos característicos da região do Hunsrück. Ainda nesse ano, foi criado um novo traje identificado com o inverno e adaptado para o verão. Em 1996, a primeira viagem para a Alemanha foi feita, e em 2015 a segunda. Mas o intercâmbio entre integrantes sempre ocorreu.
Em 1998, o canto foi inserido no grupo, e nestes anos todos de existência, são incontáveis as apresentações já realizadas em estados como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Participou de festivais do chopp, oktoberfests, festivais de folclore, encontro de grupos, entre tantos outros. Até mesmo em eventos em São Paulo o grupo foi se apresentar. Sempre levando o lema “Conhecer e preservar a tradição alemã”.
Corte no Festival Internacional de Folclore
Em três oportunidades, o grupo esteve entre a corte de rainhas do Festival. Candida Maldaner foi primeira princesa em 1993 e rainha em 1998. Elizabete Zilles também foi primeira princesa e rainha, nos anos de 1994 e 1996, respectivamente. A terceira rainha foi Andreia Utzig, em 1999. No mesmo ano, Marluce Maldaner e Renan Schneider foram rainha e rei infantil.