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Nova Petrópolis: comércio enfrenta dificuldades para se reerguer

21/05/2020 - 09h45min

Lojas tem ficado vazias

Nova Petrópolis – Há cerca de um mês, as atividades comerciais foram liberadas para voltar. Porém, o último decreto, emitido dia 15 de maio, trouxe mais dificuldades na hora de vender. Entre as novas regras, há algumas proibições que não são consideradas justas pelos comerciantes.

Nos restaurantes, por exemplo, o cliente não pode se servir. O proprietário do restaurante Casa Nova, Ricardo Schaab, conta que ficou 20 dias fechado. Quando reabriu, conseguiu atingir 50% dos clientes, adotando medidas de higiene. “Desde que usassem máscaras, álcool em gel que disponibilizamos e um saquinho nas mãos, eles podiam se servir. Mas agora, como nós precisamos servi-los, o fluxo caiu para 30%”, contou Schaab.

Além disso, precisou reduzir o período de trabalho. “Nos domingos à noite eu não posso mais abrir, não está dando para pagar as despesas. E não é só comigo, tem outros restaurantes que já pediram empréstimo no banco para se manterem”, completou.

Restaurantes precisam servir os clientes

Proibido experimentar

O novo decreto também proíbe que clientes experimentem roupas e calçados nos estabelecimentos. Medida esta que, para os lojistas, não faz nenhum sentido. “Eu perco vendas todos os dias por isso. Uma mãe veio com seu filho comprar um tênis e não sabia quanto ele calçava. Ela me falou que se não pudesse experimentar, não perderia tempo, pegaria um ônibus pra Caxias, porque lá pode”, disse o vendedor de uma loja de calçados, Pedro Nienow.

Para ele, essa proibição pode ser mais perigosa, pois obriga os moradores a saírem do município, aumentando o risco de contaminação. “Em Caxias tem muitos casos, se ficar indo e voltando, vai trazer o vírus pra cá”, contou. Uma alternativa, é que os clientes levem as peças para provar em casa, mas também não acha uma boa ideia. “Como vou entregar o produto para quem não conheço? Por quantas mãos vão passar? Com certeza muito mais que aqui na loja”.

Restrições descabidas

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Nova Petrópolis – ACINP, Marcos Alexandre Streck, disse que a recuperação em termos de vendas e financeira dos lojistas, está muito devagar. “Algumas restrições são descabidas, como não permitir que o consumidor experimente calçados e roupas”.

A opinião é compartilhada pelo empresário e conselheiro fiscal da ACINP, Gerson Fábio Holz, que conta ter relatos de quedas em 70% nos faturamentos. “Cada segmento, vive uma realidade diferente. Mas uma coisa é certa, todos estão vendendo menos. Podemos ter alguma empresa que esteja vendendo mais, como supermercados e farmácias, mas certamente é exceção”, declarou.

“Se analisar quem trabalha com vestuário e calçados, é pior ainda. Estão proibidos de deixar provar em suas lojas, o que também é uma aberração. Posso ir no supermercado, numa loja de eletrodomésticos, onde toco em vários produtos, mas não posso provar roupas e calçados”, completou.

Hotéis

A rede hoteleira está autorizada a funcionar, mas com no máximo 50% da capacidade. O dono do Hotel Petrópolis e diretor do Departamento de Turismo da ACINP, Marcelo Becker, disse que só reabrirá em junho, mas que quem reabriu, ainda está longe do esperado,

É o caso do proprietário do Hotel Jardins da Colina, Luis Schwantes, que contou estar longe de uma recuperação financeira, que o momento é de diminuição de perdas e que a ocupação tem ficado nos 30%. “O fluxo tem sido muito abaixo do “normal”, mas muito importante para que possamos sair da estaca zero, voltar a faturar um pouco para diminuir os prejuízos. Optamos por reduzir a jornada da equipe, por isso estamos trabalhando em maio somente nos finais de semana”, disse.

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