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Para não fechar as portas, cafés e restaurantes estão se reinventando em Morro Reuter

28/07/2020 - 07h21min

Atualizada em 29/07/2020 - 14h16min

Por Rogério Savian

Morro Reuter – Conhecido pela diversidade de restaurantes, cafés coloniais, ateliers, o município é um dos destinos mais procurados aos finais de semana e feriados por turistas da Serra e Região Metropolitana. Porém, o distanciamento social imposto em função do coronavírus tem atrapalhado nesta que seria a época de maior movimento de clientes. O que traz esperança é que, mesmo em meio a toda a dificuldade os empresários estão se reinventando para seguir em atividade. Tudo está sendo feito de acordo com as determinações impostas pelos critérios das bandeiras de classificação do Estado em microrregiões. Foram reduzidas as quantidades de mesas, colocadas mais distantes, uso de máscaras, álcool em gel e até os cardápios sofreram modificações.

“Momento exige a colaboração de todos”

A secretária de Turismo, Sônia Feldmann, reconhece que o momento é de apreensão para todos. O turismo e o comércio, em especial, sofrem com as limitações impostas pelo distanciamento social. “Morro Reuter é um município turístico e com o cancelamento dos eventos que tínhamos programados acaba afetando todos os setores. Temos perspectivas de que as coisas vão começar a melhorar, mas voltar ao normal ainda vai demorar”. O impacto na economia local é grande e para driblar a situação todos estão tendo que se reinventar. “Estamos lidando com algo invisível, o que torna as coisas mais difíceis”. Por fim, Sônia reconhece que o município não pode abrir mão das relações interpessoais, mesmo nesse período, porque a economia gira em torno dela. “Precisamos desse turismo no pós-pandemia”.

Sônia, secretária de Indústria, Comércio e Turismo. (foto: Arquivo)

Cafés e restaurantes

Café Colonial Walachay

Café na Fazenda (não atendendo)

Café do Capril

Restaurante e Pizzaria Caverna

Chalé dos Doces

Restaurante El Paradiso

Klein Pizzaria

Cafeteria Michel Und Hansen Marichen

Pesque e Pague Wiest

Alles Bier Garden

Restaurante Colonial Kieling

Restaurante e Choperia Don Inácio

Restaurante Klaus Haus (não atendendo)

Restaurante Paradouro

Restaurante Santa Luiza

Restaurante Picada São Paulo

Restaurante Tenda das Figueiras

Restaurante Vento Serrano

Restaurante Wolf

Strudel Café e Chocolate

Santo Sabor Sorvetes e Bolos Artesanais

Toca do Bin Laden

Cantina’s pizzaria

* Lista repassada pela Prefeitura.

 “A quantidade de clientes reduziu”

O Restaurante Kieling, em São José do Herval, afirma está atendendo de segunda à sexta-feira com o buffet simples. Aos domingos tem o tradicional almoço servido à mesa. As saladas e sobremesas são servidas por uma pessoa da casa. Foram feitas adaptações como menos pessoas no ambiente. “Estamos tentando nos adequar. A quantidade de clientes reduziu até porque o pessoal tem receio de sair. Só estamos trabalhando pois seria época de faturar”, coloca Pedrinho Kieling, proprietário. Ele também ressalta que nunca havia passado por uma situação parecida. “O restaurante foi aberto em 7 de janeiro de 1990 e nestes 31 anos o pior movimento foi esse ano no Dia das Mães. Em outros anos, em todos os restaurantes seria um faturamento tipo um 13º do ano e esse foi menos que um domingo normal, se é que vamos ter algum domingo normal ainda em 2020”.

Restaurante Kieling, em São José do Herval. (foto: Rogério Savian)

“Estamos fazendo de tudo para seguir trabalhando”

O Restaurante Wolf, no acesso para Walachai, foi fundado há mais de 40 anos e, mesmo assim, Lisane Wolf destaca que nunca havia passado por algo semelhante. “Está complicada essa situação. Mas estamos fazendo de tudo para seguir trabalhando. Nosso espaço é bem amplo e estamos usando apenas 50% dele. Graças a Deus a gente está conseguindo abrir, mesmo com as limitações impostas. Estamos nos reinventando para poder receber bem os clientes. O atendimento foi reduzido e estamos colocando as mesas mais distantes. Tinha muita formatura, aniversários e casamentos que foram cancelados. Mesmo assim, agradecemos por estar conseguindo pagar as contar”. Para evitar aglomerações, alguns clientes são colocados no deck, do lado de fora. A comida é servida na mesa e a sobremesa está num buffet, servida por uma funcionária do restaurante.

Restaurante Wolf atende há mais de 40 anos. (foto: Rogério Savian)

“O problema maior será a consequência disso tudo”

O Café Colonial Walachay, em Walachai, também não mede esforços para se adequar à situação e manter-se aberto. A empresária Regina Seibert ressalta que está atendendo aos sábados, domingos e feriados, sempre de acordo com as medidas de segurança. A capacidade do espaço foi reduzida a 50%, priorizando pela distribuição das mesas, inclusive no pátio e varanda, quando o tempo permite. “Estamos nos adaptando e quem está vindo entende a situação. Também percebemos que é menos gente por família que vem. São casais com filhos jovens. Os idosos estão ficando em casa”. O Café Colonial Walachay tem 13 anos e recebe bastante clientes da Serra e Região Metropolitana. “Penso que o problema maior será a consequência disso tudo. Muita gente precisando trabalhar para sustentar suas famílias. Uma coisa está ligada à outra. Por isso é importante a diversidade econômica nos municípios”.

Café Walachay deixa mesas vazias para distanciar os clientes. (foto: Rogério Savian)

“O negócio é obedecer para não fecharem”

A proprietária Beatriz Utzig (Bea), do Restaurante Picada São Paulo, em Picada São Paulo, destaca que também está atendendo todas as determinações do distanciamento social para manter o espaço aberto aos clientes. Ela conta que tiveram de fazer as adaptações necessárias. “Durante a semana todos têm que usar máscaras e nós servimos os pratos. Já no domingo tiramos bastante mesas para não aglomerar. É ruim trabalhar desse jeito, mas não tem o que fazer. O negócio é obedecer para não fecharem. Mas também preciso ressaltar que nossos clientes são muito queridos e colaboram. Isso é muito bom. Até o momento não tenho do que reclamar deles porque entendem a situação que estamos passando”.

Restaurante Picada São Paulo (foto de antes da pandemia). (foto: Divulgação)

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