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Problemas na voltagem da rede elétrica prejudica a produção de leite em Herval

13/10/2020 - 18h11min

Renato e seu filho Willian relatam que resfriador e outros equipamentos não funcionam (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Há cerca de um mês o produtor de leite Renato Blume, 60 anos, vem enfrentando sérios problemas na sua propriedade em Alto Padre Eterno. A voltagem da rede elétrica está muito baixa e, devido a isso, vários equipamentos não funcionam corretamente, sendo necessário fazer manobras diariamente para conseguir trabalhar e, além disso, precisa usar seu gerador particular para não perder a produção.

Através de um medidor que usa Renato explica que a voltagem fica abaixo de 190 volts, sendo que o ideal é entre 210 e 220. Para tirar o leite das vacas precisa desligar outros equipamentos pois, do contrário, a máquina de ordenha não funciona. “Tomar banho então, nem pensar. Toda a família precisa esperar tirar o leite”.

Renato explica que só consegue trabalhar por ter um gerador (FOTO: Cleiton Zimer)

Depois que a ordenha é feita, o leite é armazenado num resfriador até que o caminhão da coleta venha retirar. “Olha, se eu não tivesse meu gerador já tinha perdido muito leite”, lamenta o produtor, explicando que o normal seria o resfriador chegar em 3,5 °C em meia hora mas, devido à baixa voltagem fica longe disso – quanto a reportagem esteve no local, já tinha passado mais de uma hora e o leite ainda estava em quase 17 °C, o que é um risco enorme, e foi necessário ligar o gerador.

Após uma hora, resfriador ainda estava em quase 17 °C, e deveria estar em 3,5 °C.

Prejuízo enorme

No resfriador cabem 1.100 litros e, se Renato e a família perderem essa produção armazenada – o que pode acontecer, pois o leite perde a qualidade se não estiver em 3,5 °C – terão um prejuízo em torno de R$ 2.000. “É muito complicado trabalhar assim. Precisamos de ajuda”, ressalta o produtor, afirmando que se não tivesse um gerador já teria que ter deixado de produzir leite. “E o pior é que pagamos pela energia elétrica, mas, temos essa situação aí”.

Falta de rede trifásica

Renato, a esposa Maria, 59 anos, com a ajuda do filho Willian, 16, já trabalham com leite há cerca de 20 anos. Começaram com duas vacas e foram ampliando o negócio aos poucos. Mesmo continuando com outras atividades na roça hoje a família ordenha 16 vacas diariamente. Renato ressalta que já pensou em ampliar e fazer novos investimentos, como comprar uma sala de ordenha e mais equipamentos, mas, algo o impede: a falta da rede trifásica. “Se a rede de agora não dá conta do que temos, imagina, se ligarmos mais”, lamentou o produtor.

Seu filho Willian concorda com o pai, destacando que a rede trifásica passa pela estrada geral e que só é preciso estender ela para as estradas laterais, como é o caso deles, que moram em uma rua sem saída mas, que possuí produtores e demanda para tal.

Situação parecida

Na localidade de Padre Eterno Baixo, um comerciante estava passando por uma situação parecida e, toda vez que tinha um horário de pico – quando as pessoas voltam para casa após o expediente -, registrava uma queda muito significativa na voltagem do seu estabelecimento. Reclamou para a RGE, que, após algumas semanas, veio e resolveu o problema.

A situação de Renato foi encaminhada para RGE e a reportagem está no aguardo de uma posição da empresa. Outros moradores da mesma rua também relatam a situação.

 

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