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Quem são os presos em São José do Hortêncio por matar vendedor de joias em Feliz

04/09/2020 - 10h38min

Atualizada em 04/09/2020 - 10h42min

São José do Hortêncio – Os presos nesta madrugada por participar do assalto a joalheria no Centro de Feliz, que terminou na morte de um vendedor de joias, são Wesley David Serafini, o Alemão Dili, 20 anos, e Alan dos Santos Dias, o Cavalinho, 21 anos. Estes dois, em parceria com Luiz Fernando Silveira de Borba, 26 anos, que já havia sido preso logo após o crime em Presidente Lucena, foram os bandidos que invadiram a joalheria e mataram o representante comercial Edevaldo Tonatto, 53 anos.

Além dos dois bandidos que estavam refugiados no mato, foram presos ainda outros três homens acionados pelos foragidos para fazer o resgate deles na localidade de Capela do Rosário, no interior de São José do Hortêncio. Foram presos Patrick Varela, 30 anos, e Ilham Rodrigues da Silva, 19 anos. O terceiro homem, que alega ser motorista de Uber, ainda não foi identificado.

Alemão Dili já tinha passagem pela polícia por ter praticado um homicídio e por tráfico de drogas. Cavalinho tinha antecedentes por roubos. Patrick tinha apenas uma passagem por lesão corporal. Ilham e o suposto Uber não tinham antecedentes policiais. Todos são moradores de Novo Hamburgo.

Momento da prisão da quadrilha na madrugada desta sexta

A prisão da quadrilha aconteceu a 1h20 desta sexta-feira, próximo a ponte sobre o rio Cadeia, quando Patrick e Ilham chegaram em um Fiat Idea prata para resgatar Alemão Dili e Cavalinho. No momento em que os dois saíram do mato, foram surpreendidos por policiais, que estavam na campana. Alemão Dili e Cavalinho estavam usando coletes a prova de balas, e armados com uma pistola 9mm e um revólver calibre 38. Tinham, ainda, dois carregadores, com 32 projéteis de calibre 9mm. O revólver que estava com Cavalinho havia sido furtado em 2008, no município de São Francisco de Paula.

Com a dupla que veio fazer o resgate, a BM apreendeu um rádio na frequência da polícia. Também foram apreendidos com os assaltantes sete relógios roubados na Ótica Pérola, onde ocorreu a morte do representante comercial.

Por volta das 19 horas, a BM já havia detido o Uber, próximo a Saibreira, em Presidente Lucena. Ele teria sido contratado pela quadrilha para fazer uma suposta corrida em um local distante de onde estavam Alemão Dili e Cavalinho. A intenção era despistar a polícia. A detenção do Uber, que estava em um Prisma Maxx preto, trouxe a certeza de que os bandidos seguiam na região.

Relembre o caso

Momento em que o Ônix deixa a vaga para que a Duster encoste

Um assalto a uma joalheria no Centro de Feliz terminou em morte e com um dos criminosos presos na VRS 865, na divisa de Presidente Lucena e Ivoti. Luiz Fernando Silveira de Borba, 26 anos, foi preso por soldados da Brigada Militar em um Ônix prata alugado, usado pela quadrilha para fugir de Feliz. Morador de São Leopoldo, Borba alegou que é Uber.

Porém, imagens de câmeras de segurança e o relato de testemunhas indicam que ele participou efetivamente do crime, dando cobertura aos dois comparsas que entraram na joalheria e cometeram o latrocínio. No jargão policial, o leopoldense fez a “segundinha”. Após o crime, os dois homens que invadiram a joalheria fugiram em uma Duster e foram seguidos por Borba, que estava no Ônix. Na localidade de São Roque, 5 km do Centro de Feliz e próximo a divisa com Linha Nova, os criminosos abandonaram a Duster e embarcaram no carro dirigido por Borba. Dentro da Duster, a BM encontrou três potes cheios de miguelitos e lacres de plástico usados para amarrar vítimas de roubos.

Momento da prisão do criminoso que estava no Ônix, em Presidente Lucena (CRÉDITO: ISAÍAS RHEINHEIMER)

A fuga continuou por Linha Nova. Já quase na VRS 865, no Lichtenthal, prevendo a aproximação da polícia, os dois comparsas desembarcaram do Ônix e o leopoldense seguiu a fuga sozinho, até ser rendido no pórtico de entrada/saída de Presidente Lucena, por volta das 10h30. Luiz Fernando Silveira de Borba não tinha antecedentes criminais.

MORTE

Edevaldo Tonatto morreu

O assalto que resultou em morte aconteceu por volta das 9 horas desta quinta-feira, na Ótica Pérola, na esquina das ruas Pinheiro Machado com Maurício Cardoso. Conforme a BM, dois homens armados entraram na loja e renderam os proprietários e um representante comercial, que acabou reagindo.

Morador de Erechim, Edevaldo Tonatto, 53 anos, foi baleado com dois tiros. Um na altura do pescoço e outro no tórax. O representante comercial da empresa Jade Jóias chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital local. Natural de Barão do Cotegipe, Tonatto era casado e tinha quatro filhos. Uma das filhas, Engel, quer justiça. “Pai, não posso acreditar. Quero que a justiça seja feita. Pai, eu te amo. Você é minha vida”, escreveu em seu perfil no Facebook.

O Sindióptica RS também emitiu nota de pesar, onde clama por justiça e pede uma rígida responsabilização dos culpados.

BUSCAS

Durante o restante da manhã e durante a tarde, a Brigada Militar montou um cerco na localidade de Capela do Rosário, no interior de São José do Hortêncio, para tentar prender os dois comparsas de Luiz Fernando Silveira de Borba. Guarnições da região foram deslocadas para tentar localizar os criminosos. Um helicóptero da BM também colaborou nas buscas, contudo, até o fechamento desta edição, os homens seguiam foragidos no mato.

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