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Reabertura de pracinhas é tema na Câmara de Nova Petrópolis

09/06/2021 - 18h00min

Atualizada em 09/06/2021 - 18h01min

Brinquedos estão isolados desde o início da semana (Créd. Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – Durante a primeira sessão da Câmara no Centro de Eventos, na noite de terça-feira, 8, um dos temas discutidos foi a reabertura ou não das pracinhas infantis. Quem trouxe o assunto foi a vereadora Kátia Zummach (PSDB), mas Maria de Fátima (PSDB), Egon Ackerman (Republicanos) e Oraci de Freitas (PP) também se manifestaram.

Zummach disse entender que a restrição é uma resposta ao “Alerta” emitido pelo Governo do Estado para a região da Serra, mas pede que busque-se uma nova solução para que as crianças não sejam penalizadas. Ela sugeriu que na próxima reunião da Amesne (Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste do RS) o tema seja discutido e uma alternativa seja proposta.

Kátia fez um apelo pela reabertura (Créd.: Dário Gonçalves)

A vereadora disse que, como mãe, sabe o quando é difícil ficar com uma criança o tempo todo dentro de casa, ainda mais depois de um ano de pandemia. “Já conversei com o Darlei e outras autoridades, sei o quanto essa Administração se empenhou para abrir as escola. Mas faço esse apelo para que a gente ache uma forma de deixar as pracinhas abertas”, justificou.

Ela destacou ainda que o lazer é um direito previsto na constituição, assim como a educação e a saúde, e usou como exemplo o caso de uma mãe com uma criança que foi conversar com ela. “Quando estávamos em bandeira preta, a mãe me questionou por que as escolas estavam fechadas e os bares abertos. A criança também perguntou o porquê daquelas pessoas estarem ali e ela não poder ir à escola ou às pracinhas”, complementou.

A favor e contra

Maria de Fátima mostrou apoio ao pedido da colega de PSDB e concordou sobre a importância da socialização, principalmente para a saúde psicológica infantil. “Quem é da educação sabe que isso é fundamental para o desenvolvimento cognitivo. Deve-se tomar todos os cuidados, mas também pensar em alternativas para que nossas crianças tenham esse tipo de recurso”, afirmou.

Por outro lado, Freitas e Ackermann foram contra. O Progressista disse respeitar as ideias diferentes, mas acha que não é o momento para liberação. Um de seus motivos é que o Governo do Estado colocou uma previsão de que até outubro todos os adultos terão sido vacinados com a primeira dose contra o coronavírus. “É importante ainda dar uma segurada. Acredito que só assim, não provocando aglomerações, vamos vencer a pandemia. Acho que quem esperou até agora, espera mais dois ou três meses e aí abrimos as pracinhas com mais segurança. Digo isso como pai e pessoa pública”.

Por fim, o Republicano lamentou a morte de um amigo pela doença no último domingo, 6, um senhor de 80 anos que foi a 53ª vítima da doença em Nova Petrópolis. “Acho que não é a hora, me desculpem. As crianças, a gente tem que disciplinar elas. Muita gente perdeu respeito pela doença depois de tanto tempo, mas ela voltou com força e está aí”, finalizou Ackermann.

Opinião de uma mãe

Gicele Sobral é mãe de Oliver, de 2 anos e 9 meses. Em janeiro, ela lançou uma pesquisa para pais e mães dizerem o que pensam sobre as pracinhas do município, que na época estavam sendo consumidas pelo mato, além de solicitarem melhorias junto à Prefeitura. Para ela, o fechamento é uma tristeza.

“Temos muitas pesquisas de que ao ar livre o contágio é quase nulo. Levo meu filho nas pracinhas com bom senso, não quando estão cheias. Mesmo não tendo idade para usar máscara, sempre tento colocar nele e passo álcool gel em sua mão”, comenta. Ir nas pracinhas faz parte da rotina de Oliver para que ele entenda a importância das crianças estarem ao ar livre, do contato com a natureza e de brincarem.

Oliver costumava brincar na Pracinha dos Brinquedos usando máscara (Créd.: Divulgação)

Gicele também argumenta que ir nas pracinhas ajuda no desenvolvimento infantil, a conviver em sociedade e respeitar áreas públicas. “Já são 15 meses de restrições. Para quem só tem 33 meses é praticamente metade da vida”. Ela também rebateu a fala do vereador Egon Ackerman: “Não são as crianças que precisam de disciplina e sim os adultos que insistem em não usar máscaras ou usar no queixo e que se apertam em bares e restaurantes. Empresários que não estão seguindo os protocolos e a fiscalização quase nula. Crianças precisam ser tratadas com respeito, como pequenos cidadãos que são e que estão nos estatutos da criança”, finaliza.

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