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Receita Federal afirma que 55 mil pessoas aplicaram dinheiro na InDeal, empresa clandestina de criptomoedas
Região – Em coletiva à imprensa, a Receita Federal revelou que identificou que a empresa clandestina, que diz atuar no mercado de criptomoedas, recebeu dinheiro de 55 mil pessoas em 26 estados brasileiros. Apenas no Estado de Roraima não foram identificados depósitos de eventuais investidores na InDeal.
Cada uma destes investidores, ainda segundo a Receita, aplicou em média R$ 20 mil na empresa com a expectativa de receber de volta rendimentos de até 15% ao mês. Entretanto, o que a investigação verificou é que a InDeal usou boa parte do dinheiro recebido pelas pessoas que apostavam no negócio em operações financeiras convencionais, que rendiam de 1 a 2% de juros ao mês.
A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta manhã (21/05), a Operação Egypto, que investiga instituição financeira que atua sem autorização do Banco Central. A ação tem o apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
Cerca de 130 policiais federais, 20 servidores da Receita Federal do Brasil e seis policiais civis cumprem dez mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Porto Alegre (3), Novo Hamburgo (13), Esteio (1), Estância Velha (2), Campo Bom (1); Laguna (1) e Florianópolis (1) no estado de Santa Catarina e em São Paulo (3), capital paulista. Além dos mandados, foram expedidas ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.
O inquérito policial foi instaurado em janeiro de 2019 para apurar a atuação de uma empresa com sede em Novo Hamburgo que estaria captando recursos de terceiros, sem a autorização dos órgãos competentes, para investimento no mercado de criptomoedas. A empresa assumia o compromisso de retorno de 15%, ao menos, no primeiro mês de aplicação.
Conforme levantamentos da Receita Federal, uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. Os sócios da instituição financeira clandestina apresentaram evolução patrimonial de grande vulto, que, em alguns casos, passou de menos de 100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano.
Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.
A operação foi denominada Egypto pela similaridade dessa palavra com o termo “cripto” e pelo fato de que o negócio da empresa foi classificado por terceiros como de “pirâmide financeira”.