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Tia Carmen completa 30 anos na Delegacia de Dois Irmãos

14/05/2021 - 16h36min

Atualizada em 14/05/2021 - 16h39min

Delegado Felipe Borba entregou uma placa à Carmen, agradecendo por sua dedicação, respeito e carinho com todos os servidores ao longo dos seus 30 anos de trabalho na DP

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – Carmen Lúcia Graeff, 66 anos, faz parte da história da Delegacia de Polícia Civil de Dois Irmãos há 30 anos. Trabalhando como servente de limpeza, ela faz da DP a sua segunda casa e é vista por todos como uma verdadeira mãe, sempre atenciosa, carinhosa e disposta a ajudar. Na manhã de sexta-feira, 14, uma singela homenagem foi preparada pelos profissionais da segurança para comemorar as três décadas de dedicação à “casa”, cujo trabalho sempre é regrado pelo amor.

Tia Carmen foi homenageada por todos os colegas da Delegacia e Herta Klein

Em nome de todos os servidores e, também, estagiários, o delegado Felipe Borba entregou uma placa homenageando a “Tia Carmen”, como é carinhosamente chamada pelos colegas diariamente. O momento ainda contou com a presença de Herta Klein.

Carmen cresceu no interior de Santa Maria do Herval, mas já mora em Dois Irmãos há quase 50 anos. Trabalhou de 1972 a 1978 em uma fábrica de calçados; depois, seu filho nasceu e ela continuou trabalhando em casa, costurando para as empresas calçadistas e cuidando do filho, pois não haviam creches. Porém, com o passar do tempo, trabalhar em casa passou a trazer malefícios e, por estar sempre em quatro paredes, o médico a orientou a procurar algum emprego fora, onde pudesse ter contato com outras pessoas e conversar.

 “…esse lugar caiu do céu”

<10> Assim, em 1991, uma vizinha a indicou para uma vaga na Delegacia. “Primeiro fiquei meio ressabiada, porquê só tinha homens e fiquei meio assim de trabalhar no meio de tantos policiais, era um pouco assustador”. Mesmo diante da incerteza e de certo receio, a mulher que cresceu lá no interior foi enfrentar o desafio. “Hoje, posso dizer que esse lugar caiu do céu para mim”.

Uma família que se ajuda e apoia

E não é para menos. Ela conta que tem uma família em casa, que é seu marido, filho e neto; já na Delegacia, em meio a todas as situações adversas que enfrenta no cotidiano, ela encontra a sua segunda família. “Tem muitos momentos bons. Mas sabe, as vezes temos problemas pessoais e eu já chorei muito lá, desabafei, e eles sempre me ajudaram. Nesses 30 anos nunca aconteceu de alguém, nem delegado, inspetor ou estagiário, levantar a voz para mim, dizer que fiz algo de errado ou brigar comigo. Nunca”.

Ela lembra que, quando começou, ficou quatro anos sozinha em meio a homens. Só depois que começaram a contratar estagiárias, inspetoras. Recorda do delegado Pedro e inspetora Carmen, um casal. “Me acolheram muito bem aqui dentro, foi se criando uma amizade entre a gente, como permanece com os demais até hoje”.

Cada um lava consigo

um pouco da Tia Carmen

Nesses 30 anos muitas pessoas vieram e foram embora. Cada um que foi, levou um pedaço da Tia Carmen consigo, pois a relação se torna próxima e o apego acaba acontecendo, assim como na relação de mãe e filhos. “A gente chega a chorar quando eles vão embora”.

Tia Carmen planeja trabalha por muitos anos na Delegacia. “Não pretendo sair tão cedo, só se a saúde não me permitir”. Agora, ela só trabalha no período da manhã, devido à pandemia. Ficou emocionada com a homenagem prestada pelos colegas com os quais está diariamente. “Fiquei muito feliz e grata”.

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