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Justiça rejeita recurso e Guerrero sofre nova derrota na Suíça

23/11/2018 - 14h03min

O atacante Guerrero teve mais uma derrota jurídica nesta sexta-feira na tentativa de voltar a ser liberado para trabalhar. A Justiça Federal da Suíça negou o recurso impetrado pela Fifa que pedia a diminuição da pena de 14 meses para seis meses de suspensão. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo.

A instituição máximo do futebol entrou com o recurso no tribunal para que a pena de seis meses, imposta pelo Tribunal de Apelações, fosse mantida. Entretanto, o tribunal suíço negou a ação, já que o caso é uma disputa entre o jogador e o CAS.

Com isso, o peruano segue aguardando o julgamento do caso, que pode ocorrer até o final de 2018. Caso contrário, só deve retornar aos campos em abril de 2019, quando a punição imposta pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) se encerra.

Doping e a origem da suspensão

Em outubro de 2017, quando atuava pela seleção peruana, Guerrero foi flagrado no antidoping pelo uso de benzoilecgonina, o principal metabólico da cocaína. Em novembro, acabou suspenso preventivamente por 30 dias.

“Está descartado o uso de cocaína, isso não conta mais. A quantidade (encontrada de benzoilecgonina) é muito pequena, não chega a ser considerado doping”, revelou Guerrero meses depois.

No dia 8 de dezembro de 2017, a Fifa revelou uma suspensão de um ano para o jogador que o proibia de atuar em clubes e seleções até 3 de novembro de 2018. Entretanto, os advogados do peruano apresentaram um recurso e a punição caiu para seis meses, que já haviam sido cumpridos.

Porém, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) e, em maio, última instância da Justiça desportiva, ampliou a punição para 14 meses. O TAS revelou em nota que confia que Guerrero tenha ingerido a substância em um chá de coca, mas optou pela pena devido à negligência do atleta.

A partida entre Flamengo e Sport, que terminou em 4 a 1, no dia 29 de julho, foi a última de Guerrero por um clube, antes do acerto com o Inter e a nova suspensão. Depois disso, o centroavante defendeu a seleção do Peru durante a Copa do Mundo da Rússia.

Apresentação com pompa e circunstância

Anunciado no dia 12 de agosto, Paolo Guerrero foi apresentado pelo Inter com muita festa. Horas antes foi recepcionado por centenas de colorados no Aeroporto Internacional Salgado Filho e, posteriormente, nas arquibancadas do Beira-Rio.

Guerrero assinou um contrato de três anos com o Inter, que termina em agosto de 2021. No período em que ele esteve suspenso, o clube não precisou pagar os salários do atleta por um acordo anterior a assinatura de contrato. Além disso, ele foi inscrito no Campeonato Brasileiro e tem condição de jogo, já que está liberado para voltar aos gramados.

Na sua primeira entrevista coletiva, Guerrero prometeu raça e revelou desejo de ser ídolo do Inter. O centroavante escolheu a camisa 79 para vestir. O número faz alusão ao título invicto do Inter na década de 70. Dezenas de camisetas com o nome do jogador foram vendidas.

Condenado a 14 meses de suspensão por doping, Paolo Guerrero disputou a Copa do Mundo da Rússia por conta de uma liminar emitida pela justiça comum da Suíça. Por essa decisão, ele pode jogar pelo Flamengo após o Mundial antes de assinar contrato com o Inter. Quatro dias antes de sua estreia com a camisa colorada, no entanto, o jogador teve a liminar suspensa e voltou a ficar proibido de jogar.

Guerrero buscou novas provas

No dia 20 de setembro, Guerrero, sua mãe, os advogados e um funcionário do Ministério Público peruano retornaram ao hotel onde o atleta teria ingerido o chá de coca. O jogador acusa o hotel de ter lhe dado a bebida com a substância proibida. O estabelecimento, que servia de concentração para a Seleção do Peru, não teria ajudado o centroavante e, segundo o jogador, teria mentido quando a Wada investigava o caso.

Na última segunda-feira, a Federação Peruana (FPF) de futebol informou que a seleção nacional não irá mais utilizar o hotel. “É uma maneira de dar respaldo ao Paolo (Guerrero), mas também para superar esse tema”, disse o Juan Carlos Oblitas, diretor esportivo da FPF. Porém, a decisão foi revogada.

O hotel divulgou comunicado se defendendo das acusações e revelou que disponibilizou aos jogadores da seleção uma sala para que eles pudessem receber convidados e familiares, que era de responsabilidade exclusiva de seus usuários. Além disso, fez uma investigação interna que não respalda as acusações do atleta.

No dia 1 de outubro, a Justiça Federal da Suíça já havia negado pedido de liminar realizado em 13 de setembro pelos advogados do jogador. Tanto eles, quanto o Inter passaram a aguardar uma resposta positiva do tribunal suíço. Porém, a resposta não foi a esperada.

Fonte: Correio do Povo

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