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Exclusivo: os últimos rastros do homem que matou esposa durante aula de catequese em Estância Velha
Nem mesmo a inclusão do nome dele na lista vermelha da Interpol, em 30 de junho do ano passado, surtiu o efeito desejado pela polícia local e pelo Ministério Público. Da polícia internacional, nenhuma informação foi trazida até o momento. Já a Polícia Civil local, que mantém um trabalho permanente em busca de informações sobre eventuais movimentações do acusado, obteve os últimos indícios há exatos 365 dias.
RASTROS
Os últimos rastros deixados por Cesar Velho consolidam o indicativo de que o construtor esteja refugiado entre a região Centro-Oeste do país, no Paraguai ou na Bolívia. O último indício é do ano passado e foi a primeira vez, desde sua fuga, que a Polícia Civil estanciense teve uma informação fidedigna do seu paradeiro.
O carro usado por ele foi multado três vezes, em um mesmo radar, no km 480 da BR 163, na cidade de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. A rodovia atravessa o Mato Grosso do Sul (MS), e liga o estado ao Mato Grosso e ao Paraná.
O radar, que recém havia sido instalado nas proximidades do viaduto Damha, no Anel Viário (zona urbana e que contorna a cidade de Campo Grande/MS), registrou a Parati CL prata, emplacada em Estância Velha, cruzar pelo trecho em alta velocidade, nos meses de junho, julho e agosto de 2018.
O primeiro flagrante aconteceu no dia 5 de junho, às 18h38, quando o carro subia com destino ao estado vizinho, Mato Grosso (MT). As outras duas multas foram no sentido contrário, mas no mesmo local. A segunda multa foi registrada no dia 9 de julho, às 12h42, e a última no dia 20 de agosto, às 21h52.
OS FLAGRANTES
Novos alertas foram emitidos
Desde o momento em que a polícia detectou que o construtor havia fugido de Estância Velha, em direção a Santa Catarina, iniciou diligências a fim de capturá-lo, emitiu alertas e fez contatos com policiais de diversos estados do Brasil. Desde então, segundo o comissário Renê Guimarães Júnior, a polícia local também trabalha em busca de pistas de Cesar Velho. “Sempre estamos cruzando informações ou chegando denúncias sobre esse caso”, garantiu.
Quando os policiais tomaram conhecimento das multas no Mato Grosso do Sul emitiram novos alertas para as polícias da região Centro-Oeste e a Polícia Federal foi acionada. “Também entramos em contato com a PRF de Campo Grande para pedir uma atenção especial, já que o indício de que ele possa estar circulando por aquele trecho é grande”, explicou Guimarães, que é chefe do Setor de Investigação da Delegacia estanciense.
Apesar das evidências, a polícia não pode determinar com absoluta certeza de que a Parati ainda esteja com Cesar Velho. Porém, para os policiais o fato de saber que o carro ainda está em circulação mostra que o criminoso pode estar por aquela região do País. “Não vamos descansar e seguimos atrás dele”, avisou o policial.
Polícia acredita que construtor esteja escondido no Centro-Oeste do país, no Paraguai ou na Bolívia (MAPA RAFA – 2×6)
Filhos viram assistentes de acusação
O processo contra Cesar Velho segue parado no Fórum de Estância Velha, a pedido do Ministério Público. A suspensão foi solicitada para evitar a prescrição sem que o acusado seja julgado. O caso só voltará a andar quando Cesar Velho for capturado.
A última movimentação do processo foi na semana passada, dia 23. Os advogados dos filhos de Elaine e Cesar foram habilitados como assistentes de acusação no caso. A decisão teve a concordância do Ministério Público.
Crime aconteceu dentro de igreja Católica
A professora Elaine Tretto foi assassinada com requintes de crueldade pelo marido, na noite do dia 31 de agosto do ano passado. Após ser espancada, a professora foi enforcada no trinco de uma porta da igreja Católica do bairro onde o casal morava, na Nova Estância.
Elaine dava aula de catequese para um grupo de mulheres quando o local foi invadido por um homem, que pegou Elaine à forças.
Segundo duas testemunhas, o homem que invadiu a igreja vestia capa de chuva e capacete, tinha porte físico idêntico ao de Cesar e a voz era muito parecida. Durante a investigação, outros elementos ajudaram a comprovar que o marido foi o autor do crime.
Na empresa dele, no bairro Sol Nascente, a polícia encontrou restos de uma fita adesiva igual a que foi usada para amordaçar e amarrar a professora no dia do crime.