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Banho de rio é alternativa para fugir do calor mas é preciso cautela para evitar afogamentos

07/01/2021 - 11h14min

São José do Hortêncio/Presidente Lucena – Com as altas temperaturas no verão, é comum observar um grande número de pessoas procurando abrigo em locais perto da natureza e que possibilitem um momento refrescante. Aqui na região, um dos pontos mais frequentados é o Rio Cadeia.

É na água do rio, abaixo da Ponte de Ferro Engenheiro Daniel Ribeiro – que faz a divisa entre Presidente Lucena e Hortêncio – que os visitantes costumam se acomodar para garantir alguns mergulhos. A calmaria da água e os diversos pontos rasos fazem com que os finais de semana no local sejam movimentados.

Desde o início da manhã até o entardecer, é possível observar uma grande quantidade de veículos estacionados nos dois lados da ponte. Mas, além do banho, boa parte dos visitantes aproveita também para fazer churrasco, na sombra das árvores que cercam o local.

Em busca de lazer, Luana Wademphal, 29 anos, Jeanete da Luz, 46 anos, e Rosa da Luz, 69 anos, resolveram sair de Novo Hamburgo ainda pela manhã e se deslocarem até o Rio Cadeia para aproveitarem um domingo de verão de forma diferente. Luana conta que na adolescência costumava frequentar o local com amigos, mas que há anos não voltava lá.

“Em alguns finais de semana, vamos a outros rios da região, mas hoje viemos aqui, pois elas não conheciam. Acho um ótimo local para passar o dia e, por isto, queria apresentar para elas”.

A família Machado, também hamburguense, concorda. Da primeira vez que se reuniram para passar um momento de lazer no Rio Cadeia até hoje, já se passaram cinco anos. Desde então, Salete de Machado, 54 anos, Juarez, 53 anos, Valderez, 25 anos, e Daniela Mendonça, 24 anos, começaram a ir ao local com bastante frequência.

Além das atividades comuns entre os banhistas que visitam o rio para entretenimento, Salete destaca que a família costuma estender o programa: normalmente, eles chegam na sexta-feira à tarde, montam a barraca, e por ali ficam até o final da tarde de domingo.

“Gostamos de passar o verão todo por aqui, a natureza ao redor é espetacular! As pessoas vêm para tomar banho e almoçar, a gente vem para almoçar, jantar, dormir… E aproveitar a água, claro! É muito bom se banhar nesta água”.

Precauções

Apesar de o local onde os visitantes costumam alocar-se para tomar banho ser, de fato, um ponto raso do rio, a entrada das pessoas na água, ainda assim, requer atenção. O comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de São José do Hortêncio, Gelson Miranda, alerta para o fato de que, como o Rio Cadeia não é um balneário, não há salva-vidas por perto, sendo os banhistas os responsáveis por garantir sua própria segurança.

“Se há alguma emergência, vamos até o local, claro, mas pode ser tarde. Em 11 anos de corporação, tivemos apenas duas ocorrências no rio, mas em ambas, ao chegarmos lá não pudemos mais evitar a tragédia”, lembra Miranda, reiterando ainda que, por isto, é preciso que as pessoas que estão no local tenham cuidado, “pois o rio pode ser traiçoeiro”.

Ele salienta também que cerca de 200 metros acima do trecho onde é feita a concentração de banhistas, há um poço que chega a ter entre quatro e cinco metros de profundidade. Devido a condições como esta, a recomendação do comandante é de que os visitantes procurem se manter vigilantes com a profundidade em que se encontram, não deixando a água passar da altura da cintura.

Além disto, há dentro d’água uma grande quantidade de pedras, que podem ocasionar acidentes, caso os visitantes tentem subir ou pular nelas. Em especial, o alerta de Miranda vai para as pessoas que costumam beber ao redor do rio, frisando que a orientação é de que pessoas embriagadas não entrem na água. Quanto a possíveis correntezas, ao menos por enquanto, ele afirma que não há grandes riscos, uma vez que o rio se encontra com um baixo nível de água e, por isto, tende a permanecer mais calmo.

Logo em sua primeira visita no local, Rosa já deixou claro que sabia que, apesar da diversão proporcionada por uma tarde no rio com amigos, não pode se desligar dos cuidados em nenhum momento.

“É um ambiente muito agradável, mas é preciso cuidar para não ir nas pedras, para não ir muito para regiões mais fundas e até mesmo na questão da digestão: depois que como, espero um bom tempo até voltar para a água. Além disto, eu não sei nadar, então, se a gente não conhece, não deve arriscar!”.

Rio Caí registrou série de afogamentos

Um dos rios frequentados por banhistas da região da Serra e do Caí apresenta um expressivo número de afogamentos nesse início de verão e acende o alerta. Somente em um período de duas semanas, entre os dias 15 a 31 de dezembro, foram quatro afogamentos em diferentes cidades do Vale do Caí – Harmonia (15), Feliz (20), Bom Princípio (25) e Vale Real (31). A vítima do afogamento, registrado na manhã da véspera do Ano Novo, era um jovem, identificado como Leonardo da Silva Trindade, de 19 anos. De acordo com os Bombeiros, Leonardo acompanhava a família que cumpria uma promessa. Em determinado momento ele perdeu um dos chinelos e caiu em um buraco. O afogamento aconteceu em um trecho do rio na localidade de Arroio do Ouro, em Vale Real.

Éderson Tonin é subcomandante do Corpo de Bombeiros Voluntário de Nova Petrópolis. Ele comenta que caso algum banhista presencie uma cena em que outra pessoa pareça estar em situação de risco, é preciso manter a calma para não tornar a situação ainda mais complicada.

“Caso aviste alguém se afogando, o que orientamos é que a pessoa não entre na água na tentativa de salvá-la, pois, sem preparo, pode ser que ela mesma vire mais uma vítima. Por isto, em situações como esta, o correto é, em primeiro lugar, chamar os Bombeiros. Enquanto o socorro não chega, de um local seguro, a pessoa pode tentar jogar algum objeto para que quem está se afogando possa se apoiar”.

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