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Captura de gato-do-mato põe fim a mistério no interior de Linha Nova

01/07/2020 - 09h16min

Atualizada em 01/07/2020 - 11h01min

Gato-do-mato ficou em gaiola da família (Créditos: Arquivo pessoal)

Linha Nova – Uma arapuca montada pelo produtor rural Lauri Kempf, do Canto Rückert, pôs fim ao mistério de dois meses que intrigava a família e vizinhos: um filhote de gato-do-mato-pequeno foi capturado na manhã de segunda-feira, 29, próximo ao pátio da residência. Segundo eles, o animal havia causado a morte de galinhas e outras pequenas espécies nos últimos dois meses.

Na casa, vivem Lauri, sua esposa, a sogra e o enteado dele, de oito anos, no terreno que é da mãe da esposa. Um dia antes, o felino havia atacado o galinheiro, matando uma galinha choca e dois pintinhos. Os animais mortos foram utilizados como isca na arapuca, que havia sido construída décadas atrás pelo falecido sogro de Lauri. Funcionou, e a captura aconteceu.

“Há muitos anos, tivemos problemas com outros animais. A arapuca estava guardada no nosso galpão”, afirmou Kempf. Quando capturado, o gato-do-mato tinha um ferimento no pescoço. “Desde o começo, achávamos que fosse um gambá, que é mais comum no interior, mas podia mesmo ser um gato que estava caçando na vizinhança. Pelo menos agora já sabemos”.

O produtor conta que, em várias ocasiões, encontrou rastros das galinhas capturadas pelo animal ao longo da propriedade, como penas, mas não havia sinal do astuto atacante. Lauri afirma ainda que elas ficavam soltas durante o dia e presas à noite. Por volta da meia-noite de segunda-feira, 29, Lauri armou a arapuca com a isca nos fundos do galinheiro e esperou.

Na manhã seguinte, veio a surpresa. “Minha sogra, Nilza Klein, estava indo ordenhar as vacas e quando foi ver, o bicho estava dentro. Não ficamos assustados, apenas surpresos. Dava para ver que ele estava bravo. Não deixamos que ninguém chegasse perto. Procurei a Prefeitura e mostrei as fotos para o Cristiano [Nienov, secretário do Meio Ambiente]”, conta Lauri.

Patram de Montenegro ajudou no resgate

A Prefeitura procurou a Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) de Montenegro, que foi ao local com duas soldados, que chegaram na Prefeitura por volta de umas 16h, que as levou até a propriedade onde o gato-do-mato foi capturado. “Fizeram o que era o correto, pois são bem treinadas. É incomum animais do tipo aparecerem aqui no município”, diz o secretário Cristiano.

Segundo Lauri, elas resgataram o animal com ajuda de outra gaiola maior, pertencente a Patram, e a levaram para outra área do município, onde há mata preservada. “Provavelmente a família dele ainda deve estar por aí”, observa Cristiano. A gaiola do produtor também foi levada pela patrulha, e deixada na sequência na Prefeitura, onde Lauri já pode retirá-la novamente.

Marcelo, da Feevale: “animal é comum na região” (Créditos: Divulgação/Univ. Feevale)

Animal é comum na região, diz professor

O professor de Zoologia do curso de Ciências Biológicas da Universidade Feevale, Marcelo Pereira de Barros, diz que não é incomum o aparecimento de animais desta espécie na região. “Ele aparece em fragmentos florestais. Tivemos registros em Ivoti, Estância Velha, Morro Reuter e Dois Irmãos, entre outros municípios”, diz ele.

O gato-do-mato-pequeno, de acordo com Barros, é um animal que costuma andar isoladamente, e se alimenta de pequenos roedores e aves, inclusive domésticas. Apesar do susto da família, a espécie não oferece perigo para seres humanos. “A fauna silvestre é protegida por lei. Caso seja capturado algum exemplar, deve-se sempre acionar a Patram”, diz o professor.

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