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Mercado Livre desiste de mega operação no RS após impasse com o governo
Responsável por 33% do comércio online no Brasil, a Mercado Livre desistiu de abrir um centro de distribuição (CD) na cidade de Gravataí, um investimento que geraria 500 empregos e tinha projeção de faturamento superior a R$ 400 milhões em cinco ano. A área destinada para a instalação da mega operação, a terceira desta natureza da empresa na América do Sul, seria de 50 mil m². No local já estão instalados os CDs de Lojas Lebes, Ford, Yapp e Flexul.
A Prefeitura de Gravataí chegou a emitir o alvará de funcionamento para a Mercado Livre em fevereiro deste ano, e a empresa já tinha aberto processo de seleção de profissionais para atuar no empreendimento, já projetando duplicação do quadro após início das operações. Gravataí foi escolhida inicialmente pelo crescimento econômico da cidade, mas também por sua localização, já que a proposta da marca era reduzir significativamente o tempo de entrega das mercadorias no Brasil.
O motivo da desistência
A informação do fim das negociações foi repassada ao prefeito Marco Alba, após um telefonema do gerente de relações internacionais da empresa, François Martins. Em março, a empresa já tinha suspendido os processos seletivos da contratação, em razão de um impasse formado durante as negociações com o Governo do Estado. Em nota, a Mercado Livre citava que “trâmites operacionais de ordem fiscal” estavam impedindo a continuidade do planejamento da empresa.
Na época, conforme apurou a jornalista Giane Guerra da GauchaZH, o diretor Jurídico e de Relações Institucionais da Mercado Livre, Ricardo Lagreca explicou que, “pelas normais atuais do Estado, cada vendedor que comercializa produtos pela plataforma teria de abrir uma filial no Rio Grande do Sul”.
A exigência inviabilizaria o investimento, pelo alto valor que exigiria a implementação do modelo solicitado pelo Estado. A negociação emperrou e ambas as partes não cederam nas tratativas, culminando na desistência da empresa no RS, que já estuda levar a operação para Santa Catarina, que estaria de acordo com as questões tributárias as quais a marca se encaixaria.
Créd. Giro de Gravataí