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“Foi incrível!”, diz moradora de Nova Petrópolis que viu queda de meteoro de alta magnitude
Estado/Nova Petrópolis – Apesar da grande frequência com que meteoros atingem o planeta Terra, observar este fenômeno não é uma tarefa tão simples assim, como bem lembra o astrônomo hortenciense, Rafael Compassi. “Como é imprevisível, é preciso muita sorte para estar no local certo e na hora certa para vê-lo cair”.
Sorte esta que Fabiana Nienow teve na noite da última sexta-feira, 08. Moradora do Centro de Nova Petrópolis, era por volta das 20h30 quando, “pega de surpresa”, observou um clarão surgindo por trás dos prédios da cidade.
“Era enorme e parecia estar muito perto. Logo que surgiu, parecia uma bola de fogo, bem laranja. O modo como vinha, aparentava estar caindo e, enquanto isto, foi clareando e apagando, até que, do nada, sumiu”.
Fabiana estava sentada na sacada de casa quando pôde – por cerca de três a cinco segundos, como relata – assistir a queda do meteoro do tipo bólido, assim caracterizado por conta se sua alta magnitude. Tão rápido a ponto de ela não conseguir registrá-lo, inicialmente a nova-petropolitana pensou se tratar de fogos de artifício, mas, pela maneira como a luz se projetava no céu, logo percebeu que estava em frente de algo ‘um pouco’ mais especial.
“Foi inesperado e incrível! Assim que desapareceu, fiquei ainda por cerca de cinco minutos no mesmo lugar, sem acreditar que tinha tido a oportunidade de ver tal fenômeno luminoso. Estava anestesiada!”.
Meteoros
A queda do meteoro de brilho mais intenso do que o comum pôde ser observada por diversos municípios do Rio Grande do Sul, tendo nas redes sociais relatos de moradores da região Metropolitana, Serra, Litoral e região Norte do estado.
Compassi lembra que todos os dias milhares de meteoros caem no planeta, no entanto, “a maioria é tão pequena como uma bola de gude ou, até mesmo, grãos de areia”. Já fragmentos maiores, como o que iluminou o céu riograndense na noite de sexta-feira, – ainda conforme as exemplificações do astrônomo – podem alcançar o tamanho de uma bola de pingue-pongue ou mesmo o de uma bola de futebol. “Ás vezes, chega a ser até maior”, destaca.
De modo geral, Rafael explica que a formação dos meteoros se dá da seguinte maneira: os cometas deixam um rastro de poeira, que, por sua vez, ao entrarem na atmosfera terrestre, atingem uma velocidade absurda, isto porque a Terra está girando em altíssima velocidade ao redor do Sol.
“Os meteoros atingem cerca de vários mil quilômetros por hora, alguns quilômetros por segundo. Além disto, é por conta do atrito com ar que eles se tornam incandescentes”.
Na sequência, ele destaca que a maioria acaba por se queimar por completo, vaporizando-se em decorrência do calor intenso que é gerado durante o atrito. Os fragmentos maiores se mantêm existentes e acabam caindo no solo – estes, chamados de meteoritos. No entanto, não é necessário grande temor em relação a isto: não há riscos estatísticos de que eles possam causar danos. Em todo o mundo, existem cerca de meia dúzia de casos em que um fragmento atingiu uma casa ou um veículo.
O que não foi o caso do meteoro caído na última semana. O primeiro bólido a ser registrado no estado no ano de 2021, entrou na atmosfera a uma altitude de 80 quilômetros. Desta vez, o astrônomo não conseguiu observar a ocorrência do fenômeno que, apesar de não ser raro, é incomum. Ele conta que, em outras ocasiões, já teve a oportunidade de avistar a breve passagem de bólidos. Quanto a estes momentos, ele apenas destaca sua grandiosidade: “lindo demais!”.