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Carga pesada: O desafio dos caminhoneiros em três acessos importantes de Ivoti

26/04/2019 - 14h50min

Atualizada em 26/04/2019 - 15h58min

Ivoti- Rua Tuituti, Vale das Palmeiras e Castro Alves. Essas são três ruas conhecidas que têm algo em comum: a dificuldade que motoristas de caminhão enfrentam para passar com carga pesada.

Os problemas são claros: as carretas não conseguem subir em vias por falta de sinalização, muitas curvas e excesso de peso. Até quando os trechos continuarão oferecendo dificuldades aos motoristas de caminhão?

Apesar da gravidade da situação, o Poder Público nada tem feito sobre o assunto. Até o momento, nenhuma ação foi tomada para amenizar a questão.

A reportagem do Diário verificou os três locais onde os problemas ocorrem com maior frequência. As reclamações são referentes à falta de placas para orientar os motoristas. A preocupação maior é que os acidentes possam causar vítimas fatais.

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RUA TUIUTI

O trecho é um dos mais movimentados da região. Empresas optam por utilizar a rua Tuiuti para que caminhoneiros possam levar as mercadorias. No entanto, a estrada pé íngreme e cheia de curvas. Os moradores do entorno relatam que testemunharam vários acidentes e3nvolvendo carretas e caminhões.

Um dos principais problemas apontados pelos moradores refere-se à falta de sinalização. Essa falta de informação gera perigo parav quem trafega e para os pedestres que residem no bairro Feitoria Nova e necessitam atravessar com frequência via.

VALE DAS PALMEIRAS

O motorista de caminhão há mais de 20 anos, Paulo Roberto Petry, fala das dificuldades de subir a rua Vale das Palmeiras, pois tem um ponto de subida onde ocorre a perda de tração. “Se tiver que trocar de marcha na subida, já era”, comenta Petry, que trabalha em uma empresa de bebidas.

A dificuldade é maior para os motoristas que vêm de fora e passam por Ivoti. Na opinião dele, o trecho na rua onde a carreta ficou empenhada deveria ser proibida a passagem para veículos pesados.

“Existem lugares como Taquari, por exemplo, que possuem um rodoanel e os caminhões não podem passar por dentro do município, então tem que ter uma autorização da Prefeitura para entrar e descarregar mercadorias”, explica o ivotiense.

Já o motorista Jairton Pedro Kerckohff, que vem muitas vezes de Dois Irmãos e precisa passar pela rua Vale das Palmeiras, cita o que enfrenta semanalmente. “Um caminhão grande, de cinco baias (espaços), fica difícil subir ali”, afirma.

Um morador próximo ao local afirmou que os problemas envolvendo caminhões ocorrem com frequência na rua Vale das Palmeiras, e lembrou de um caso em que um caminhão boiadeiro tombou naquela rua e um dos animais morreu. O morador sugere que a solução venha antes que ocorra uma tragédia.

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CASTRO ALVES
Nesse local, existem poucas placas referentes à não-estacionar e sobre a velocidade máxima dos veículos. Foi nesta rua que aconteceu um acidente que quase tirou a vida do vereador e escritor, Felipe Kuhn Braun. Nesta semana, completou um ano do ocorrido, fato lembrado pelo vereador nas redes sociais.

Um motociclista que faz entregas para uma gráfica comenta que existem vários locais com problemas. Ele citou ainda a subida após o acesso ao Núcleo de Casas Enxaimel, sentido a Presidente Lucena, e a Av. Capivara, próximo à Hercosul.
Gabriel Loesch disse que até para as motos subirem essas lombas fica difícil devido às filas geradas.

Relembre os acidentes

Setembro de 2015: O motorista de um caminhão Mercedes Benz não conseguiu subir a rua, perdeu o controle do veículo e ainda arrastou um Fiat Vivace, e ambos caíram à margem da rua.

Em abril de 2018 : Na Castro Alves, há um ano, o então presidente da Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, Felipe Kuhn Braun (PDT), escapou com vida do acidente ocorrido pela manhã. Uma carreta voltou de ré, tombou sobre o carro do vereador e prensou o veículo contra um poste de concreto, próximo à West Coast. Felipe quebrou duas costelas e ficou vários dias na UTI.

TUIUTI, A CAMPEÃ DE ACIDENTES

Acidentes na rua Tuiuti, com caminhões carregados com celas ou couro, tiveram que ser guinchados.

Recentemente o motorista de um caminhão perdeu o controle do veículo e colidiu contra o barranco. Ele atingiu uma placa de sinalização.

Em julho de 2018- uma carreta carregada com duas celas de concreto não venceu a subida e precisou ser rebocada por uma patrola. Uma cela caiu no chão. Um Fiat Strada também foi atingido.

No local um caminhão carregado de bois se acidentou na subida da rua, e houve morte de animais.

Em 2016: um caminhão de couros caiu na rua Tuiuti e atingiu um veículo Prisma. O motorista do caminhão ficou preso nas ferragens.

Em fevereiro de 2013: um caminhão com placa de Portão tombou na rua Tuiuti e o motorista, de 22 anos, morreu no local.
Um morador citou acidente com um caminhão que transportava tijolos e capotou na subida, com a carga caindo sobre o motorista, que morreu no local.

E a Prefeitura, o que pode fazer? 

Apesar de saber da gravidade do problema, o prefeito Martin Kalkmann diz que não tem uma solução, neste momento, para evitar os acidentes e problemas que envolvem carretas e caminhões pesados em geral. O argumento é que não há dinheiro em caixa, e que existem outras prioridades.

Martin chegou a dizer que uma solução seria aumentar um dos lados da ponte da Vale das Palmeiras, somente na parte da subida, para facilitar o fluxo dos veículos pesados. Contudo, afirma que nem pensou em fazer orçamentos sobre o assunto em questão.
Ele disse ainda que vai avaliar os pontos onde há falta de placas de sinalização referentes a curvas e locais íngremes. “Vou ir nestas ruas com o secretário de Obras para fazer uma avaliação”, explicou Martin.

O que diz o Ministério Público

A reportagem do Diário fez contato com a Promotoria Pública para saber a respeito da sugestão para que a Prefeitura não ceda o maquinário de uso público para empresas privadas e uso particular.

Segundo informação do promotor Charles Emil Machado Martins, houve uma reunião informal com representantes do Poder Executivo há algum tempo. Na ocasião, o promotor orientou verbalmente que este tipo de serviço deve ser regulamentado através de legislação municipal.

Ainda segundo o MP, não foi instaurado nenhum expediente e nem foi feita alguma recomendação formal referente ao assunto.

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