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Cervejeiro conta detalhes do mundo das cervejas especiais
Campo Bom/Ivoti/Dois Irmãos – Se as cervejas artesanais viraram febre no Brasil, não só em número de novas marcas como também em degustadores e apreciadores, há bem pouco tempo atrás o cenário era bem diferente. Quem conta mais sobre isso é o cervejeiro Tiago Gonçalves, que, em 2012, resolveu fabricar sua própria cerveja porque era difícil encontrar um estilo que gostasse nos supermercados. Da mesma forma, ele conta que poucas cervejarias abriam espaço para a produção de terceiros, um cenário também bem diferente de hoje. E isso, segundo Tiago, acabou sendo o combustível para que ele abrisse a sua cervejaria e resolvesse apostar no nicho do chamado ‘cervejeiro cigano’, que é quando a pessoa tem sua receita e paga alguma cervejaria para produzir. “Aqui a gente não só produz a cerveja, como ajuda o pessoal, dá dicas e troca experiências pela vivência que temos”, destaca, ressaltando que hoje fabrica cerca de 20 marcas independentes de cervejas artesanais.
Segundo Tiago, a cervejaria se expandiu, com crescimento levando a muitas parcerias, tanto que sua marca abastece mercado cervejeiro da região. No total, a produção é de 10 a 12 mil litros mensais, não só da marca própria (a Brew Up) como produzindo cerveja para mais de 20 marcas independentes.
UM POUCO MAIS
– No final da tarde de sextas-feiras tem happy hour com várias torneiras. Em 2020, a reabertura será neste dia 17.
– Local conta com a fábrica, a loja e a possibilidade do cliente levar seu ‘growler’ e encher do chopp desejado.
– Começou o envase em garrafa pet 2 litros. Não degrada o produto porque o consumo é rápido.
– Em novembro começou a envasar em litro de vidro retornável, uma garrafa com estilo, que vem tendo muita aceitação em restaurantes.
– Toda sua fabricação é de chope (não é pasteurizado), o que garante mais frescor, mantém a qualidade e o sabor. “É a chamada cerveja viva”.
– A Brew Up tem dois anos, antes se chamava ‘Hordeum vulgare’, que é o nome científico da cevada, cuja produção era terceirizada em fábricas pela região.
– Atualmente, sua fábrica, que recebeu novos tanques esta semana, tem produção média de cerca de 12 mil litros mensais.
PORTFÓLIO
No portfólio são quatro estilos atualmente, com um quinto chegando agora em janeiro. Em todos eles, na estampa do rótulo das latas e garrafas, há imagens que conversam entre si, fazendo um link entre um estilo e outro, que simboliza da primeira até a quarta, a entrada da pessoa no ‘mundo da cerveja especial’.
São receitas de personalidade, onde cada estilo tem um nome próprio, afinal, são bem distintas entre si.
PRIMEIRA: é a Step One, uma Pilsen, ‘que é a de entrada’ para o mundo cervejeiro.
SEGUNDA: é a Ruiva, uma Red Ale, com mais malte, para quem gosta de cerveja com um pouco mais de corpo e notas de caramelo.
TERCEIRA: é a Hops Inception, uma APA, para perder o medo do lúpulo.
QUARTA: é a Hoppy´n Black, uma Black IPA, um estilo que ‘casa bem’ com o rock´n roll.
QUINTA: está em processo de criação, é uma IPA, sem nome divulgado ainda.
**A quinta é considerada a quarta cerveja na escala/trajetória das artesanais, um estilo sendo entre a APA e a Black IPA.
***Além disso, há a produção de estilos sazonais e temáticos, dependendo a época do ano ou o evento, como um estilo mais potente para o inverno, e outras para épocas de Oktoberfest e de St. Patrick´s Day.
TRAJETÓRIA
– O mergulho no mundo das cervejas artesanais, depois de freqüentar workshops, fez com que Tiago passasse a ministrar cursos na área, levando-o a presidir a Associação das Cervejas Artesanais do Vale do Sinos por dois anos.
– Tiago conta que foi apresentado a ‘este mundo das cervejas especiais’ por um amigo, mas como era difícil encontrar cervejas que gostasse nos supermercados, surgiu a ideia, de passar a fabricar sua própria cerveja. Então, de casa para a profissionalização foi o próximo passo.
– Segundo Tiago, desde o início foi difícil produzir sua cerveja, pois haviam poucas fábricas interessadas em produzir para terceiros.
– Há dois anos, abriu sua cervejaria no distrito industrial de Quatro Colônias em Campo Bom, próximo a RS-239 e à divisa com Dois Irmãos e Sapiranga. Tiago conta que morava em Ivoti e ia todo dia até a cervejaria, mas que agora mudou para Campo Bom, a fim de ficar mais perto do negócio.