Exclusivo assinantes

Como a Família Scholl se reergueu com o plantio de hortaliças após enfrentar inundação

06/05/2019 - 09h34min

Atualizada em 06/05/2019 - 09h35min

Nova Petrópolis – Há alguns anos, Alípio José Scholl, 55 anos, passou por uma situação terrível: uma inundação quase causou a morte da sua esposa, e a água invadiu a propriedade, causando perda total nas plantações, na localidade de Tirol. A força da família é o motivo para continuar, garante o produtor.

O primeiro momento após as cheias do Rio Caí atingirem a propriedade e a água voltar ao seu ritmo natural foi de recuperar o solo. Depois foi plantado milho. De fato, ele levou dois anos para se recuperar dos prejuízos.

Num outro momento, em 2017, o forte vento arrancou várias estufas, sobrando apenas duas para dar continuidade aos negócios na pequena propriedade familiar.

Plantio de milho e aipim era o foco inicial

Quem começou as atividades rurais foi o pai de Alípio, Jacob Scholl. Atualmente, são quatro hectares administrados por Alípio e sua família, que possuem 9 mil metros quadrados em estufas. O pai e a mãe são falecidos. “Eu sempre acompanhava o pai na roça”, explica o produtor rural.

Grandes perdas

Scholl comenta que as perdas foram grandes quando sofreu a inundação, e que até um trator Tobata foi levado pelas águas na época. Ele não gosta nem de falar muito sobre o assunto, pois sofreu de depressão por causa disso.

Além de milho, Alípio plantava aipim, batata-doce e algumas verduras. Na fase seguinte, ele passou a investir nas estufas e cultiva, junto com a família, nove tipos diferentes de alfaces, além de rúcula, radite, tomate, pimentão, couve em folha, pepino e temperos diversos.

O resultado da colheita na propriedade familiar é vendido em fruteiras e na Feira de Produtores de Caxias do Sul. Na propriedade são utilizados dois tratores e um caminhão Foton para o transporte das mercadorias.

O plantio era manual no começo

Quando Alípio tinha 17 anos dedicava-se ao plantio de alfafas e o serviço era todo feito manualmente. A ideia de começar com estufas foi após a inundação sofrida na propriedade.

Investimentos em hidroponia

“A ideia das estufas é que elas protegem as verduras das chuvas, e há três anos também resolvi investir na hidroponia, que permite plantas mais limpas”, explica Scholl.

Para entender de hidroponia, que é o cultivo na água, ele visitou a propriedade de Ricardo Rotta, em Ivoti, onde aprendeu as técnicas sobre o assunto.

“Para mim, a hidroponia é a agricultura do futuro. A produção é feita na água; e tem ainda o semi hidropônico, sistema no qual é utilizado o substrato em bancadas”, explica o produtor.

O apoio da família é fundamental

A rotina da família começa cedo de manhã, levantando geralmente às 3 da madrugada. E cada um dá a sua contribuição para que a produção siga em frente.

O apoio da esposa Elisabeth e das filhas Angélica, que é bióloga, Camila, agrônoma, e Bruna, formada em Magistério, é fundamental para a continuidade dos negócios. “Depois de Deus vem a família, e sem ela, eu não sei o que eu faria”, afirma Alípio Scholl.

Para combater as pragas é utilizado o ácido pirolenhoso nas plantas, além de produtos menos agressivos. Também é utilizada a compostagem orgânica, para fazer uma adubação mais natural.

“Mesmo que eu seja formada em Magistério, eu tenho a intenção de seguir trabalhando na nossa propriedade”, explica a filha mais nova, Bruna, que lembra a importância das orientações técnicas das irmãs.

Importância do apoio financeiro

Alípio é associado ao Sicredi há vários anos, e destaca a importância do financiamento rural aos pequenos proprietários familiares.

O primeiro trator foi adquirido através do Pronaf, a juros baixos, sendo 2% na época. “É um investimento muito bom”, explicou.

A compra do caminhão foi com recursos próprios e o veículo auxilia na logística da propriedade. Segundo Alípio, a reserva financeira é fundamental para a saúde dos negócios também.

Copyright© 2020 - Grupo o Diário