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Como ajudar os jovens que pensam em fugir de casa?

04/10/2018 - 16h45min

Região – Em um mês a região teve de lidar com o sumiço de dois adolescentes. Uma jovem de 14 anos e um menino de 12 – em São José do Hortêncio e Estância Velha, respectivamente. Com o desfecho de ambas as situações, descobriu-se que eles haviam, na verdade, fugido de casa.

A situação abriu uma discussão: por qual motivo os adolescentes decidem sair de seus lares sem dizer nada para ninguém?

Muito mais do que rebeldia, especialistas dizem que a fuga é um pedido de ajuda. A psicóloga Camila Fraga comenta que atos como estes têm sido cada vez mais comuns. “Para eles fugir de casa seria a solução de alguma questão que estão passando, pois acreditam que em suas casas, com suas famílias, não vão resolver e ainda vão ser julgados. Nossos jovens estão com medo de não serem compreendidos por seus familiares”, comenta.

A profissional diz ainda que é necessário a atenção dos pais, pois eles dão sinais de algo não está certo. “Os pais podem ficar atentos com o isolamento dos filhos, com as reclamações de não serem ouvidos ou compreendidos. Os pais devem sempre estar atentos às mudanças de comportamento de seus filhos”, esclarece.

Diálogo importa

A psicóloga diz que é necessário que os pais escutem os filhos e conversem com eles. “Com o diálogo eles ficam sabendo pelo que os filhos estão passando, mostram que eles podem contar com o apoio de sua família. É importante deixar sempre um acesso livre para o diálogo”.

Quem reafirma essa ideia é a conselheira tutelar Roselena Faria Martins, do Conselho Tutelar de Estância Velha. “Além do diálogo dentro de casa, é importante que família e escola trabalhem juntas. Só assim vai ser possível detectar mudanças no comportamento do adolescente. É um grito de socorro, algo está errado”, comenta.

O que fazer?

Roselena afirma que não há tempo de espera para que as autoridades sejam notificadas do desaparecimento de um jovem. Em um primeiro momento, ela orienta, é preciso buscar por amigos do filho e na escola. A conselheira tutelar comenta que o órgão se baseia no artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente. “Com ele, os pais têm a obrigação de procurar auxílio psicológico para o jovem que fugiu de casa, afinal, há algo de errado”.

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