Conecte-se conosco

Destaques

Conheça a jovem pesquisadora de Ivoti que conquistou o mundo

20/05/2019 - 17h35min

Ivoti – A pesquisadora Bruna Rohr Reisdoerfer, 26 anos, nascida em Novo Hamburgo e criada em Estância Velha e Ivoti, é desde já uma pioneira. Graças à paixão por questões militares e de defesa, ela hoje alça voos altos e oferece uma importante contribuição em áreas essenciais para a boa relação entre nações: defesa e segurança nacionais, além de política internacional.

Hoje doutoranda em Estudos Estratégicos Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Bruna teve, no final de 2018, durante o mestrado, sua dissertação escolhida como a melhor do Brasil pelo Ministério da Defesa. O estudo trata das características militares das nações da União Europeia, além de suas relações e estratégias no período histórico após a Guerra Fria.

A pesquisadora, radicada em Ivoti, conta que começou a desenvolver este trabalho ainda durante a graduação em Relações Internacionais pela Ufrgs, iniciada em 2012 e finalizada em 2015. No ano seguinte, ela ingressou na segunda turma de civis no mestrado de três anos em Ciências Militares, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), no Rio de Janeiro.

Bruna apresentou trabalho na Ufrgs na segunda-feira, 13 (Créditos: Arquivo pessoal)

Bolsa

Com o auxílio de uma bolsa de iniciação científica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Bruna seguiu com a pesquisa. “Foi então que tive acesso a um mundo até então inexplorado. Pude visitar diversas instalações militares no Brasil”, conta.

 

Durante este período, entre as principais realizações, ela ainda foi a primeira mulher e a primeira civil da Eceme a realizar a viagem, de caráter diplomático, ao quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e do Parlamento Europeu, ambos em Bruxelas, na Bélgica. Conforme ela, é relativamente inédita esta cooperação entre as áreas civil e militar.

Após o prêmio do ministério, entregue em Brasília, Bruna ainda participou da organização de um seminário na Ufrgs com tema relacionado à Defesa Nacional, e na segunda-feira, 13, apresentou sua pesquisa na universidade onde começou. “Uma pesquisa destas dá um incentivo, mostrando que sim, ela importa, que foi bem-feita, e que deve ter continuidade”, afirma.

Bruna e o restante da comitiva também visitaram a sede da Otan, em Bruxelas (Créditos: Arquivo pessoal)

Redução de recursos do Governo Federal preocupa

A declaração é acompanhada por uma questão que a preocupa: a redução de recursos por parte do governo do presidente Jair Bolsonaro, e que tem impacto nas universidades federais, como a UFRGS. Segundo Bruna, o projeto é prejudicial para a Educação por restringir as possibilidades da pesquisa acadêmica.

A própria área de Defesa, porém, é igualmente afetada pela decisão, conforme a pesquisadora. “Uma das esferas mais transparentes que temos é a pesquisa nas universidades. Se existe um ataque destes, não só as pesquisas futuras estão sendo afetadas, mas também todo o conhecimento adquirido até agora”, afirma Bruna.

Ela avalia que o investimento na área precisa ser de longo prazo. Demonstra, também, que o que acontece no mundo todo pode render boas pesquisas, refletindo, no final, na sociedade na qual todos nós vivemos.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.