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Dia da Mulher: Maria Inês, uma mulher de fé

08/03/2019 - 09h00min

Atualizada em 08/03/2019 - 11h15min

É com fé que Maria Inês Schaab Federhen, 52 anos, agricultora, enfrenta e vence as adversidades da vida. Mesmo morando numa cidade do interior, ela tem consciência da força da mulher e aprendeu isso no convívio com a grande família que une em uma mesma casa quatro gerações. Maria Inês, é moradora da localidade de Joaneta, em Picada Café há 36 anos. Casada com João Carlos Federhen, é mãe de quatro filhos: Bruna, 29 anos; Lucas, 28; Artur, 24; e Ana Laura, 16.

“Aqui em casa a gente se cuida”, diz brincando, enquanto lembra de sua tripla jornada. Há 30 anos mora junto com os sogros, Maria Silda, de 78 anos e Ignácio Jacob, 83, e os acompanha onde for preciso, principalmente aos médicos. Mas também conta com a ajuda dos dois na rotina da casa. A rotina de hospital e médico ela também conhece das muitas idas a casa de saúde para acompanhar a neta, Helena, que nasceu com hidrocefalia, mas que hoje é a alegria da casa tanto quanto o neto, Emanuel e a filha, Ana Laura, carinhosamente chamada de Laurinha, que é especial.

Maria Inês tem uma rotina diária de cuidados com a família. Se tem alguém doente, quem acompanha é ela. O sogro fez cirurgia e la estava ela, ao seu lado. No nascimento da neta Helena, a mesma coisa e quando Laurinha não está na escola, la está a mãe ao seu lado. À tarde, as duas dormem juntas na caminha de solteiro da pequena Laura, abraçadas. Uma hora sagrada para ambas. E quando a comunidade precisa, Maria Inês também se dispõe a ajudar. Por mais de 20 anos foi catequista na Joaneta, atividade que ela deixou faz bem pouco tempo.

”A força superior nos protege”

“Me seguro muito nas mãos de Nossa Senhoras e a gente até hoje venceu os obstáculos não é por nada, é porque a gente acredita que a força superior nos protege”, diz a agricultora. Para ela, ser mulher hoje é ser guerreira, ser vencedora. Diz que embora ainda exista preconceito, a sociedade tem evoluído nesse quesito. “A gente vê muitas mulheres participarem de tudo, tomando a frente em muita coisa. Considero a mulher por si, uma guerreira e hoje em dia, muito mais.”

Comparando os dias atuais com o tempo de sua mãe, Natalícia,falecida ha dois anos, considera que muita coisa mudou, a começar pelo diálogo entre pais e filhos, que não existia na sua época de criança.

“No tempo do pai e da mãe havia muito machismo, foram educados de maneira diferente”, aponta Maria Inês que hoje vive de forma bem diferente seu casamento com João Carlos. “Não existe serviço de homem ou de mulher, todo mundo faz igual”, cita lembrando o bom convívio entre as quatro gerações. “Os direitos são todos iguais. Se um dos homens tem que lavar a louça eles vão e lavam”, afirma.

Para ela, só não tem espaço hoje em dia a mulher que não quer. “Muitas não reconhecem a força, o poder que têm”, afirma. Esse aprendizado e a consciência da evolução das coisas, diz que aprendeu muito na rua, em contato com pessoas diferentes, quando buscava recursos para atender a filha Laurinha com quem ela diz que aprendeu muito. “Ela nos ensinou muito coisa, a vinda dela é que nos amadureceu muito e ensinou a ver um outro lado da vida”, diz Maria Inês que também tem muita influência na sua mãe. “Era uma batalhadora, uma mulher fantástica, uma mulher sem palavras, que enfrentava tudo.”

Conta que dificilmente tenha perdido uma comemoração do Dia da Mulher, promovida pela prefeitura, Emater e sindicatos locais, mas nesse ano não sabe se haverá alguma atividade.

“É um dia importante para pensar nas mudanças. Nos encontros a gente vê que as mulheres se valorizam, participam, vão buscar novos aprendizados”. Para marcar a data, ela deixa como mensagem aos homens e mulheres que se valorizem.

Maria Inês com membros da família: os netos Emanuel e Helena; o esposo Carlos; os sogros, Ignácio e Maria Silda; o filho Lucas, a filha Ana laura, e a nora Jane (Créditos: June Kruger)

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