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Dia do amigo: mil palavras ou apenas o silêncio de um abraço

20/07/2019 - 08h00min

Região – O Dia do Amigo é oficialmente comemorado hoje e o principal objetivo desta data é celebrar a amizade, um sentimento de fraternidade mútua partilhado entre as pessoas.

Não por acaso, a data coincide com o aniversário da chegada do homem à lua. A data foi criada por um argentino, a partir da chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969. O argentinou resolveu enviar cartas para diversos países para instituir o Dia do Amigo, pois acreditava que a chegada à lua era um significado de que os homens deveriam se unir.

Ser amigo é ter um par, um parceiro, um confidente, um ombro onde se possa chorar. Ser amigo é esquecer distâncias, é saber que mesmo a milhares de quilômetros há alguém com quem você pode contar.

Ser amigo é incutir no outro a esperança, é relevar o erro, é apontar o caminho certo, é aliviar a dor, é comemorar vitórias. Ser amigo é ter alguém que diga para ir em frente, mas quem também diga quando parar, se necessário. Alguém que infla o ego e também puxa as orelhas.

De Roberto Carlos a Milton Nascimento, poesias dedicadas aos amigos nos trazem, na sua melhor essência, o significado da palavra amigo. Já dizia o poeta Milton Nascimento “amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito”. Ou como canta Roberto Carlos, “você que me diz as verdades com frases abertas, amigo você é o mais certo nas horas incertas”

Amizades inspiradoras

De 5 a 90 anos, ser amigo não tem idade. Basta um olhar, uma sintonia, uma afinidade e pronto, lá está uma dupla inseparável para nos inspirar. Que o digam Almira Feilstrecker, 91 anos, e Aliria Herzer, 89 anos. Hoje, amigas de longos papos, e algumas peraltices como excluir da conversa as amigas, já não tão lúcidas quanto elas.

As duas são ilustres moradoras do Lar Aconchego de Estância Velha, e se reencontraram por casualidade do destino. As vizinhas do bairro Lira, que na juventude frequentavam os mesmos bailes e festas, não poderiam imaginar que hoje ainda estariam convivendo tão próximas.

Almira conta que as duas ainda se divertem juntas nos bailinhos promovidos da casa geriátrica. “Nós não dançamos, mas gostamos de ficar olhando os outros dançarem”, diz ela sorrindo. Na hora da leitura, assistindo TV, ou jogando conversa fora, sempre formam uma dupla inseparável, inspirando os demais moradores do Lar. Aliria está se recuperando de uma cirurgia no quadril, mas nem por isso deixa de comemorar o fato de ter uma amigona para lhe fazer companhia.

Alíria e Almira amigas inseparáveis (Créd. Sandra Costa)

Na outra ponta da existência encontramos as tagarelas Júlia Miranda, 5 anos, e Isabela Cardoso, 4 anos. Mais duas criaturinhas inseparáveis. As duas amiguinhas entraram na Escola JUADI, com pouco mais de 1 aninho. Sempre na mesma turma, de lá para cá vem reforçando seus laços de amizade, contagiando até os pais.

Caren e Alexandre, pais da Juju, contam que as duas se conheceram na escola, e eles acabaram conhecendo Renata e Paulo, pais da Isa. As duas estenderam a amizade até suas casas. Se visitam com frequência e até nos aniversários vão sempre juntas. Na escola, a professora Danusi dos Santos conta que em todas as atividades as duas estão coladinhas, seja nas brincadeiras ou atividades pedagógicas.

Isabela mora mais perto da escola, então quando vai para casa já leva a amiguinha junto, e os pais da Julia buscam ela direto na casa da Isa. Do futuro ninguém sabe, e seja qual for o destino é sempre bom acreditar que uma boa amizade nos faz ver o mundo mais colorido.

Isabela e Julia desde o primeiro ano de vida até onde o destino quiser (Créd. Sandra Costa)

“Escritório” na praça

Se as esposas aprovam? Elas fazem questão. Assim responderam os amigos aposentados que tem um encontro diário no banco da praça. Há quase dez anos surgiu o hábito e até hoje, todos os dias, a conversa rola solta entre o grupo de amigos, que tem como ponto de encontro a Praça 1º de Maio, no centro.

“Só se for muita chuva para que o encontro não aconteça”, diz um deles. Assunto é o que não falta, mas o principal deles é futebol. A maioria casado, com exceção de dois deles, que aproveitam para cornetear os outros, quando as esposas aparecem.

Amigos todos os dias na praça (Créd. Sandra Costa)

São entre 10 a 15 homens, a maioria residente nas proximidades. Alguns mais tímidos outros mais falantes, mas todos com a mesma alegria e a certeza de fortalecer todos os dias os laços de amizade que os une. Não falam em problemas, mas sabem que podem contar uns com os outros.

Danilo, Edson, Elias, Renato, Beicinho, Flávio, Nadir e Carlos são alguns dos integrantes do chamado “escritório da praça”, onde Estância Velha é passada a limpo, e onde qualquer assunto acaba em boas risadas, tornando a vida mais leve.

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