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Diário Rural: família de Nova Vila, em Ivoti, atua há quatro gerações no campo

03/07/2019 - 09h48min

Atualizada em 04/07/2019 - 13h15min

Ivoti – Em Nova Vila, praticamente na divisa com Presidente Lucena, há uma família dedicada ao plantio de hortaliças. A atividade garante o sustento diário, e ainda proporciona uma oportunidade de renda. Atualmente, são três os familiares diretamente envolvidos na rotina do campo: o pai, Geraldo Schneider, 68 anos, e os dois filhos, Toni Cris, 39, e Paulo Cesar, 36.

A plantação da família é composta essencialmente de variedades como tempero verde, rúcula e pimentão. Paulo explica que o método de plantio se baseia no chamado manejo ecológico, utilizado na agricultura familiar como forma de otimizar a produção sem o uso intensivo de defensivos ou fertilizantes.

A irrigação é baseada no gotejamento, método considerado mais eficiente. Para manter a produtividade, os Schneider têm, em sua propriedade, uma composteira, localizada ao lado da maioria das estufas onde produz os alimentos.

O resultado do empreendimento é a transformação dos resíduos orgânicos, como galhos e folhas, em um adubo de alta qualidade. “Conseguimos produzir o ano inteiro, não há época específica em que podemos explorar a produção. Depende muito do clima também”, exemplifica Paulo, citando os recentes dias frios, porém com a presença do sol.

Os vegetais produzidos ali não são comercializados de maneira direta, mas repassados a comércios varejistas da região metropolitana, bem como a revendedores. São também utilizados na rotina diária na própria casa da família.

Alimentos são utilizados para consumo próprio e também revendidos (Créditos: Alex Günther)

História da família ligada à propriedade

Quem manuseia os alimentos colhidos em almoços e jantares é Flávia Schneider, 64 anos, mãe de Paulo e Toni e esposa de Geraldo. De acordo com ela, a família está há quatro gerações na rotina do campo. “Tudo começou com meu avô, Filipe Steffen, que era casado com Elisabeta Steffen”, afirma ela.

Filipe, antes de falecer em 1973, aos 71 anos, deu as terras de herança a Pedro Steffen, pai de Flávia. Pedro, por sua vez, atualmente dá nome à rua onde está localizada a residência da família Schneider. Ele também foi casado com a mãe de Flávia, Aloisia Steffen, hoje com 91 anos.

Após casar com Geraldo Schneider, atual proprietário das terras, Flávia retornou a Ivoti para cuidar da mãe. O casal Aloisia e Pedro teve ainda outros cinco filhos, além dela. Foram, ao todo, dois homens e quatro mulheres.

“Meus pais trabalharam nesta terra desde que casaram”, conta Flávia. Ela ainda afirma se orgulhar do fato de que os dois filhos também estão trabalhando nas terras da família, que tanto têm história para contar.

A história de Paulo com a produção rural começou ao ver Geraldo e Toni, atuando na atividade. “Meu irmão começou primeiro com meu pai, tomando gosto da produção. Ele trabalhava em uma firma, mas saiu, aí começou a lidar no campo. Mais tarde, aconteceu a mesma coisa comigo. Eu também trabalhava 16 anos em uma firma e saí. No meu caso, sempre gostei de roça”, conta o filho mais novo.

Paulo tem também um filho, hoje com 2 anos e 4 meses. Questionado sobre se gostaria de desenvolver nele a paixão pela atividade rural, ele afirma que tem a intenção de incentivar a prática no campo. Ma prefere ser cauteloso. “O futuro da roça não sabemos se vai valer a pena. Não sabemos o que vai acontecer amanhã, que dirá daqui a muitos anos”, diz ele.

Hortaliças são acondicionadas em mudas antes de serem plantadas no solo (Créditos: Alex Günther)

Apoio do Sicredi foi fundamental

A propriedade dos Schneider conta com estufas para abrigar o cultivo das hortaliças. As antigas estruturas, feitas de madeira, foram substituídas por pavilhões feitos em material galvanizado.

Há dois anos, a família ingressou com um financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) por meio do Sicredi. Paulo afirma que procurou a cooperativa com a intenção de modernizar as estruturas, garantindo mais proteção aos plantios e aumento na produção.

Deu certo. Atualmente, a área abrigada pelo cultivo protegido é de cerca de 6000 m², dividida em blocos menores. Recentemente, foi feito um novo investimento, por meio da compra de um trator para auxiliar no manejo das hortaliças.

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