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Ex-servidor é suspeito de usar nome de criança morta para desviar dinheiro da Carris

09/05/2018 - 10h34min

Atualizada em 09/05/2018 - 10h38min

O Ministério Público do Rio Grande do Sul realiza uma operação, na manhã desta quarta-feira (9), como parte de uma investigação que apura fraude praticada por um ex-servidor. Os cofres da Carris, empresa de transporte público de Porto Alegre, teriam sido lesados em R$ 1,7 milhão. Segundo a investigação, documentos falsos até em nome de pessoas mortas foram usados no esquema, entre agosto de 2015 e janeiro de 2017.

O investigado foi alvo da operação. São cumpridos nove mandados de busca e apreensão. A ação é da Promotoria de Justiça Especializada Criminal e do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado Núcleo Capital (Gaeco), com apoio da Brigada Militar.

Conforme as investigações, coordenadas pelo promotor de Justiça Flávio Duarte, ainda em 1996, o investigado fez um documento de identidade falso em Santa Catarina, usando o nome de uma pessoa morta em 1961.

Com essa documentação, além de comprar automóveis e abrir contas em bancos, ele fraudou indenizações por acidentes a serem pagas pela Carris. Nesta negociação, ele recebeu mais de R$ 365 mil.

O homem também se passou por advogado, usando o número de inscrição na OAB de uma pessoa, também já morta, em diversas ações indenizatórias. Os beneficiários eram vítimas inventadas por ele. Os cheques de pagamento das indenizações das ações falsas foram endossados para o ex-servidor suspeito.

As investigações dão conta que mais de R$ 100 mil dos valores desviados foram aplicados apenas em joias.

Ele teria ainda comprado veículos, feito depósitos para parentes e conhecidos, além de doações para campanhas eleitorais em nome da pessoa morta em 1961, e por intermédio de terceiros. O MP investiga a participação de outras pessoas que integravam a administração da Carris na época.

Notícia-crime partiu da própria Carris

A investigação foi instaurada a partir do recebimento de notícia-crime apresentada pela atual administração da Carris sobre os desvios.

Em uma das ações, o suposto beneficiário estava morto 12 anos antes de o acidente que gerou a indenização. Em outro caso, foi forjado um documento do Tribunal de Justiça do Estado, com logotipo, número de processo e nome falsos.

Cargo na Câmara

O investigado atualmente ocupava um cargo de comissão na bancada do MDB, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Em nota, a bancada afirmou que ele já foi exonerado do cargo. Ainda relata que não tinha conhecimento do esquema, antes da divulgação do caso na mídia. Os componentes da bancada devem se reunir para falar sobre o assunto em breve, diz a nota.

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