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Idosas dão almofadas para quem luta contra o câncer

31/07/2018 - 15h12min

Atualizada em 31/07/2018 - 15h17min

Nova Petrópolis – Elas têm o formato parecido com um coração, mas não é só para transmitir uma mensagem de carinho. As mais de 500 almofadas já fabricadas e distribuídas gratuitamente pela Associação Tempo Presente, de Nova Petrópolis, oferecem conforto e aliviam ou até evitam a dor de mulheres que passaram por cirurgia para tratar o câncer de mama.

As almofadas são utilizadas principalmente durante para dormir e viajar. “Na verdade elas não são exatamente como um coração. Elas precisam ter abas maiores para que sejam colocadas embaixo do braço. O coração seria mais bonito, mas precisa ser este formato que usamos”, explicou Clini Fuhro, uma das mais de 50 integrantes do grupo de terceira idade. Ela e algumas colegas falaram sobre as almofadas na oficina de artesanato “Mãos da Diversidade”, realizada na tarde de quarta-feira, dia 17, no Espaço Mais Cultura. A atividade faz parte do 46º Festival Internacional de Folclore.

Clini é um dos exemplos mais significativos do projeto, pois ela própria teve constatado um tumor e usou uma almofada enquanto se tratava. “Foi aí que eu decidi que, enquanto puder, vou ajudar a fazer almofadas”

As almofadas são fabricadas de forma artesanal e muitas vezes com materiais doados por indústrias. O trabalho é feito durante as reuniões semanais do grupo, nas tardes de terça-feira, no Centro de Convivência do parque. Cada voluntária se encarrega de uma etapa da produção. Jaci Neumann, por exemplo, não pode ir a todas as reuniões. Por isso ela improvisou uma pequena oficina de costura em casa, de onde faz a sua parte. “Tem uma que corta o tecido, a outra enche, a outra costura”, explica.

Ex-presidente da associação, Thereza Michaelsen, lembra que as mulheres que se recuperam do câncer de mama se encontram fragilizadas física e psicologicamente. “Quando a gente começou, não imaginávamos que teria essa dimensão, pois hoje somos procuradas diariamente. Gostaríamos que não fosse por esse motivo. Queríamos que fosse apenas pela beleza das nossas almofadas. Mas, infelizmente, por traz de cada pedido tem um caso de câncer”, comenta.

Ideia será levada para Goiás

Durante a oficina “Mãos da Diversidade”, Thereza Michaelsen pediu aos grupos participantes do festival que levem a ideia para suas cidades. “Isso vai ser muito bom”.

Lucas Eugênio, 28 anos, participou da oficina e aceitou o desafio. Ele é integrante da Caipirada Capim Canela, de Goiás. “A gente faz parte de associações culturais e têm parcerias com uma ONG da Arquidiocese de Goiânia, da Igreja Católica”, disse ele.

Nessa parceria, entre outros, são realizados trabalhos de costura e bordado. “A gente poderia fazer almofadas e doar aos hospitais do câncer. É uma ideia muito carinhosa e também humana. A pessoa que passou pela dificuldade do câncer de mama precisa de cuidado e de carinho. Essa almofada representa os dois”.

Jovens levarão a ideia de Nova Petrópolis para Goiânia (Crédito: Francis Jonas Limberger)

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