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Mãe e padrasto não foram omissos com menina que morreu após estupro

17/09/2019 - 13h23min

Atualizada em 17/09/2019 - 13h23min

Santa Maria – A Polícia Civil concluiu e remeteu à justiça, nesta terça-feira, dia 17, o inquérito policial que investiga a morte de uma menina de 5 anos após violência sexual. A morte da vítima aconteceu no dia 7 de setembro. Na época, ela foi levada para o hospital após a mãe perceber que ela não respirava. No Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), ela foi socorrida mas não resistiu. A Polícia Civil concedeu uma coletiva de imprensa com a delegada Roberta Trevisan, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que conduziu a investigação, e de Sandro Meinerz, delegado regional da Polícia Civil. O acusado está preso, tem 18 anos e é filho do padrasto da menina.

Segundo os delegados, o jovem, que não teve a identidade revelada pela polícia, não tem antecedentes criminais. Ele vivia na mesma casa da vítima há cerca de três anos. De acordo com depoimentos de familiares à polícia, o suspeito já havia falado que queria juntar dinheiro para se casar com a menina e também queria fazer uma tatuagem no braço com a foto da criança.  “A mãe disse que, na época, não deu muita atenção à isso, que poderia ser algo comum, na visão dela. Mas, agora, depois de tudo o que aconteceu, a mãe disse que poderia ser um sinal. Se a gente for ver, é muito estranho isso, porque era uma criança com paralisia, que não tinha movimentos. Não faz muito sentido essa história de casamento, de tatuagem. Outro fato que chamou a atenção foi que o jovem sempre disse aos familiares que não queria arranjar outra namorada”, destaca Roberta.

Ainda conforme os delegados, o acusado já havia afirmado aos familiares que havia praticado zoofilia (relações sexuais com animais). Em relação à criança, não há indícios que ele já havia praticado alguma violência anterior. Porém, há relatos de que ele costumava ajudar a cuidar dela, até mesmo trocando fraldas. O suspeito não teve nenhum distúrbio psicológico constatado. O resultado do laudo com o material genético do acusado e o material encontrado nas partes íntimas da criança ainda não ficou pronto.

SEM OMISSÃO
Como moravam muitas pessoas na mesma casa, a Polícia Civil passou a investigar se alguma pessoa tinha conhecimento sobre algum tipo de violência e se os abusos aconteciam há mais tempo. A investigação apurou que não houve omissão neste caso. “A nossa grande preocupação era apurar se havia omissão, se a mãe, o padrasto haviam se omitido e se a vítima já vinha sofrido algum tipo de abuso. Foram 25 depoimentos, algumas pessoas reinquiridas, ninguém testemunhou o crime e a gente se perguntava como ninguém presenciava – explicou a delegada. De acordo com a delegada, profissionais de saúde que atenderam a menina e outros que a acompanhavam a criança há cerca de um ano foram ouvidos e falaram que a mãe levava a criança a todos tratamentos e procedimentos necessários.

Fonte: Diário de Santa Maria

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