Geral
Muito barulho por nada
Por Alexandre Garcia
Li três vezes as tais “reportagens” feitas com invasão de privacidade no Poder Judiciário brasileiro e nada encontrei que pudesse comprometer o juiz e o promotor. Compromete, sim, os autores e os apologistas da invasão. Todas as vezes em que participei de uma audiência em tribunal, assisti o juiz conversando sigilosamente com as partes – o promotor ou o advogado de defesa. Nunca vi um lado reclamar do sigilo da conversa com seu antagonista. No caso da Lava-jato, com certeza o juiz presidente do inquérito têm não só o direito, mas o aplauso da nação espoliada, se acertar com a promotoria os melhores meios de combater a corrupção e denunciar os fora-da-lei. Não foi assim na Itália, na grande operação Mãos limpas, de combate à Máfia?
Não se trata de argumentar ad hominem, mas é preciso considerar a origem e os prováveis objetivos da invasão da privacidade do Judiciário. O autor, americano, já estava envolvido com outro americano, que havia trabalhado na CIA e na NSA. Os dois divulgaram segredos da segurança americana e britânica. Um deles está em Moscou há seis anos, porque em seu país seria condenado por invasão de segredos de estado. O autor da atual “reportagem” militou contra o impedimento de Dilma e em seu site, o pano de fundo é campanha por Marielle. Seu marido, do PSOL como Marielle, ocupa na Câmara de Deputados, o lugar deixado por Jean Willys, também do PSOL, partido do qual fazia parte Adélio Bispo, que tentou matar Bolsonaro.
A Justiça vai investigar, porque envolve órgãos públicos, publicação de ação criminosa, por um organismo com estrangeiros. Assim como li e nada encontrei, o ex-presidente FHC deve ter chegado à mesma conclusão. “Tempestade em copo d`água”, diagnosticou ele. Mas já traz consequências no Congresso, atrapalhando a tramitação de 24 matérias enviadas pelo governo, que lá estão, inclusive a Reforma da Previdência e a Reforma Tributária. Mas, principalmente, o objetivo é enfraquecer a Lava-jato e o Pacote Anticrime do Ministro Sérgio Moro. Então, devemos perguntar Qui prodest? – a quem beneficia? A resposta é óbvia: beneficia os corruptos, os que não querem ser condenados, e os que temem que o sucesso do governo leve a uma reeleição.
Obra não de jornalismo, mas de militância, sensacionalismo, foi recebida com desconfiança pela mídia mais sensata, e revela o esforço para afundar o país, com participação de estrangeiros. No país masoquista, há sempre quem queira impedir o reerguimento, do fundo do poço. Quando o governo Temer conseguir recuperar o crescimento, depois do caos Dilma, chamaram o Joesley. Agora que se encaminha bem o equilíbrio das contas públicas, o combate ao crime e a recuperação dos valores nacionais e familiares, chamaram o Greenwald.