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PF deflagra nova fase da Lava-Jato no RS e mais 4 estados

03/05/2018 - 08h31min

Atualizada em 03/05/2018 - 09h52min

A Polícia Federal cumpre cinco mandados de prisão preventiva em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira (3), em mais um desdobramento da Operação Lava Jato, que recebeu o nome de Câmbio Desligo. São cumpridos pelo menos 43 mandados de prisão preventiva no Brasil, seis no exterior, e quatro de prisão temporária também no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná no Distrito Federal e também no Paraguai e Uruguai, além de 51 ordens de busca e apreensão.

Na capital gaúcha a Polícia Federal cumpre mandados de prisão preventiva em endereços localizados em bairros de alto padrão da capital gaúcha, como Bela Vista e Vila Conceição. Os alvos são clientes de doleiros que atuavam com remessa ilegal e lavagem de dinheiro no exterior.

Um dos mandados é contra Antônio Claudio Albernaz Cordeiro, engenheiro agrônomo que já havia sido preso também em uma fase da operação Lava Jato deflagrada em março de 2016, que recebeu o nome de Xepa.

Em agosto do ano passado a Polícia Federal já havia cumprido mandados de busca e apreensão em escritórios e residências dos investigados, por suspeitas de desvio de R$ 30 milhões em obras de rodovias que acontecia por meio de grandes empreiteiras ligadas a entidades associativas, que pagavam contribuições sindicais que eram calculadas sobre valor de obras.

Os doleiros, que firmaram as delações com a polícia, foram presos fora do país e trazidos de volta para o Brasil. Eles operavam fora do país para o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Câmbio Desligo

Na operação deflagrada nesta quarta, os suspeitos integravam um sistema chamado Bank Drop, no qual doleiros remetem recursos ao exterior através de uma ação conhecida como “dólar-cabo”. O “dólar-cabo” é o modo de envio de dinheiro para o exterior que não passa pelas instituições financeiras reguladas pelo Banco Central.

A ação tem como base a delação do doleiro Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony. Os dois doleiros trabalhavam para a organização criminosa chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral.

Por volta das 6h, os agentes chegaram ao apartamento de Dário na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, no Rio de Janeiro. O doleiro também tem casa no Paraguai, por isso também há mandado de prisão no Paraguai.

Dário, que tem o apelido de Cagarras porque seu apartamento na Zona Sul do Rio fica em frente às ilhas Cagarras, também já foi investigado nos esquemas do Banestado e do mensalão. Os agentes também estão na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, onde mora Sérgio Mizhray, apontado pela investigação como doleiro.

Segundo a polícia, eram 3 mil offshore em 52 países, que movimentava US$ 1,6 bilhão. As empresas ficam em paraísos fiscais e são usadas para ocultar o verdadeiro dono do patrimônio depositado em uma conta.

De acordo com as investigações, o grupo usava softwares que unia doleiros do mundo todo, o que o Ministério Público Federal chama de instituição financeira clandestina. Com isso, eles conseguiam monitorar o dinheiro entre quem está no exterior e quem está no Brasil.

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