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Sindicatos iniciam greve geral no Chile apesar da tentativa de conciliação do governo

23/10/2019 - 10h10min

Os principais sindicatos e movimentos sociais convocaram para quarta-feira (23) e quinta-feira (24) uma greve geral que ameaça aprofundar os protestos que acontecem no Chile há seis dias, apesar do presidente Sebastián Piñera ter apresentado um pedido de desculpas e anunciado medidas para tentar conter o conflito social.

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“Afirmamos de maneira forte e clara: basta de aumentos e abusos!”, anunciou em uma rede social a Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), o sindicato mais influente do Chile.

“Demandamos ao governo restituir a institucionalidade democrática, que em primeiro lugar significa acabar com o estado de emergência e devolver os militares a seus quartéis”, afirma um comunicado divulgado pelos movimentos sociais na terça-feira.

Epicentro dos protestos

Em Santiago, os sindicalistas pretendem se reunir na Praça Itália, epicentro dos protestos. Trabalhadores da área de saúde também devem se unir aos protesto, enquanto os funcionários dos portos pretendem paralisar as cidades costeiras do país.

As manifestações começaram devido ao aumento do preço da tarifa do metrô em Santiago – medida cancelada -, mas provocaram um movimento maior que destacou outras demandas sociais.

Das 15 vítimas fatais, quatro morreram por tiros disparados pelas forças de segurança. As outras faleceram em meio a incêndios e saques, de acordo com a Promotoria.

Apelo do papa

O papa Francisco expressou nesta quarta-feira (23) sua preocupação com a situação no Chile e fez um apelo por diálogo, ao fim da audiência geral na Praça de São Pedro.”Espero que, uma vez encerradas as manifestações violentas, sejam feitos esforços por meio do diálogo para encontrar soluções à crise e enfrentar as dificuldades que a geraram, para o bem de toda a população”, afirmou o pontífice aos milhares de peregrinos que acompanharam o tradicional encontro semanal.

“Estou preocupado com o que está acontecendo no Chile”, completou o papa, que visitou o país em janeiro de 2018, onde enfrentou críticas e protestos.

Piñera anuncia medidas

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, pediu desculpas na noite de terça-feira (22) por sua falta de visão para antecipar a crise que atinge seu governo, e anunciou uma série de medidas sociais.

“Diante das necessidades legítimas e das demandas sociais dos cidadãos, recebemos com humildade e clareza a mensagem que os chilenos nos deram“, disse o chefe de Estado em um pronunciamento que diferente dos anteriores, que tinham um tom de confronto.

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Veja em resumo as principais medidas anunciadas:

  • Aumento de até 20% nas aposentadoriasde alguns grupos
  • Criação de seguro contra catástrofes, caso os gastos de saúde superem o teto – medida a ser apreciada pelo Congresso
  • Estabilização das tarifas de eletricidade, com anulação do recente aumento de 9,2%
  • Ajuda mínima de 350 mil pesos chilenos (cerca de R$ 1,97 mil) para trabalhadores com jornada completa que tenham salário inferior a esse valor
  • Aumento nos impostos a pessoas com renda superior a 8 milhões de pesos chilenos(cerca de R$ 44 mil)
  • Redução nos salários deparlamentares e funcionáriosda administração pública
  • Redução no número de parlamentarese limite ao número de reeleições

    Fonte: G1

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