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Polícia

Estância Velha: família fala sobre homicídio de Marcelo Henrique Prade

06/04/2022 - 09h42min

Gerente da Corsan de Estância Velha e irmão da vítima, Marco Prade | Foto: Daiani Aguiar

Lisiane Rocha Menna Barreto foi condenada a 18 anos de prisão

por Daiani Aguiar

Estância Velha/ Porto Alegre – Em 2012 um crime marcou a família Prade. O filho mais novo de Nair Dickel Prade, 82 anos, foi brutalmente assassinado por ordens da então noiva, a psicóloga, Lisiane Rocha Menna Barreto. A vítima, Marcelo Henrique Prade residia e trabalhava em Porto Alegre. No entanto, a base familiar era Estância Velha, onde viveu por 24 anos.

Segundo o irmão e gerente da Corsan de Estância Velha há 11 anos, Marco Henrique Prade, 59, o casal se conheceu por aplicativo de relacionamento e desde o início algumas atitudes da psicóloga chamavam atenção. “O comportamento dela já demonstrava indícios de interesse financeiro. Logo no começo ela engravidou e eles formalizaram união estável”, lembra.

O filho nasceu morto com oito meses de gestação. “Após esse triste episódio, ela mudou completamente. Meu irmão quis se separar, mas ela não aceitou”, detalha Prade. Segundo a família, Marcelo desejava encerrar a união em maio, mesmo mês em que foi morto.

No dia do crime

“Eu fui chamado pela polícia e vi toda a cena. A casa estava abaixo. Tudo jogado. Ela simulou um assalto. Então eu fui para outro local e chamei meu irmão. Fechei os olhos e pedi que me mostrasse quem tinha feito aquilo. Quando abri ela estava na minha frente”, detalha Prade.

De acordo com o advogado de acusação, que atua no caso desde o início, Marcelo Marcante, a ré Lisiane planejou a morte com antecedência e simulou, no dia do crime, não saber de nada. A investigação aponta que ela estava nas proximidades no momento da morte de Prade.

A psicóloga também levou os executores, José Vilmar dos Santos Rocha e Elisandro Rocha Castro da Silva, até a residência. Pediu que a empregada doméstica não fosse trabalhar e plastificou os vidros do carro. Segundo Prade, a ex-cunhada, entrou e saiu da residência diversas vezes com objetos, que posteriormente vendeu para usufruir do dinheiro.

“As provas são fartas, indicando que ela realizou todos os movimentos necessários para ficar com o valor e bens. Além de, após o fato, ela ter dissimulado e mentindo. Estamos confiantes no trabalho do Ministério Público”, salienta o advogado.

A psicóloga foi condenada por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima –, em regime inicialmente fechado. No entanto, por estar em gestação de um mês, foi determinada medidas cautelares e apresentação bimestral em juízo.

De acordo com Prade, a família recorre para aumentar a pena. “A condenação era absoluta. O trabalho da polícia foi brilhante. Mas não imaginávamos que ela fosse sair livre do tribunal por estar grávida. Entendemos que 18 anos é muito pouco, porque logo ela pode voltar a responder em liberdade”, sublinha.

Marco criou uma página intitulada “Justiça para Marcelo”, que informa os principais acontecimentos do crime

Mais perdas

Poucos meses depois da morte de Marcelo, o pai Elmo Henrique Prade faleceu. O aposentado enfrentava um câncer e a perda do filho lhe tirou as razões para continuar lutando. “Eles tinham um laço muito forte e quando meu irmão morreu, o pai disse que não queria mais viver”, relata Prade.

Atualmente, a família mora no Centro da cidade, e aguardam o julgamento dos executores, que ocorrerá em Porto Alegre, no dia 28 de abril. “Certamente já iniciará com a condenação, porque o Elisandro confessou o crime em 2013. Não esperamos nada menos que uma pena superior à da ré Lisiane”, ressalta.

Para Prade o sentimento de justiça ainda não está completo. “Queremos vê-la na prisão, porque ela é perigosa para a sociedade e pode repetir o que já fez. Ela é psicopata e foi motivada por dinheiro”, desabafa.

“Queremos vê-la na prisão, porque ela é perigosa para a sociedade e pode repetir o que já fez”, desabafa Prade

Relembre o caso

Na época Marcelo com 46 anos, trabalhava em uma agência bancária na capital gaúcha. Ele foi morto no dia 3 de maio, quando chegava em casa na rua Otávio de Souza, no bairro Nonoai, na zona sul. Estrangulado, ele foi encontrado enrolado no tapete da sala, com mãos e pés amarrados e rosto vendado. Dias depois, o carro da vítima, usado para a fuga dos assassinos, foi localizado pela Polícia Civil na zona norte.

Casal se relacionou pelo período de um ano

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