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Especial edição 5.000: O maior desastre que já acorreu em Herval

19/06/2020 - 18h39min

Nesta sexta-feira, dia 19, o Diário chegou a sua edição de número 5.000. Para marcar este momento, selecionamos diversas reportagens históricas publicadas pelo jornal ao longo das quase três décadas. Esta é uma delas:

O maior desastre que já aconteceu em Santa Maria do Herval
Em fevereiro de 2011 uma enxurrada deixou um rastro de destruição e mortes

Cinco pontes e 14 estradas danificadas, 30 mil frangos mortos… Um prejuízo inicialmente calculado em R$ 5 milhões em Santa Maria do Herval. Já na localidade vizinha de Picada Verão, duas pessoas morreram no Sítio da Família Lima, arrastadas pelas águas do Arroio Feitoria. O fim da tarde de 20 de fevereiro de 2011 dificilmente será esquecido por aqueles que presenciaram aquela enxurrada.

“Um dia que Herval não vai esquecer” é a chamada de capa do Diário de 22 de fevereiro, dia em que o jornal trouxe uma reportagem especial de quatro páginas. Nos dias seguintes, mais matérias com os desdobramentos da enxurrada.

Foi difícil até mesmo compreender o que aconteceu. Em Picada Verão nem estava chovendo, mas em 10 segundos o arroio se transformou. No centro de Santa Maria do Herval estava só garoando. Em Boa Vista, a chuva foi de 4mm. O grande problema foi perto dali, na região de Serra Grande, na divisa com Gramado. Lá, nas cabeceiras dos rios, choveu 200mm em pouco tempo. Por onde essa água passou, os resultados foram devastadores.

Caso da ponte na VRS-873, que ficou encoberta pela água, fechando o principal acesso ao município. A ponte de Padre Eterno Baixo, construída oito anos antes, foi destruída. Problemas graves também na ponte entre os bairros Amizade e Vila Kunst. O CTG Amigos da Tradição teve sua sede arrancada pela água do Cadeia. Todos os balneários existentes ao longo do rio foram destruídos.

Umas mais, outras menos, todas as localidades de Herval foram atingidas pela enxurrada. Seriam necessários pelo meno 30 dias para que tudo voltasse ao normal. No dia 24 de fevereiro o Diário noticiou que o Exército ajudaria na reconstrução emergencial das pontes. “Máquinas invadem Herval” foi a manchete no dia 2 de março.

Revoltado com a situação, um homem saiu de casa armado de espingarda e foi preso. Duas pessoas ficaram doentes com sintomas de lectospirose, mas os exames não confirmaram.

Dois jovens mortos
Dois jovens que estavam no Sítio da Família Lima foram arrastados pela cheia do Arroio Feitoria. Um deles, de 21 anos, estudante de direito na UCS, teve o corpo localizado no dia seguinte, em uma plantação de milho. A outra vítima, uma jovem de 20 anos, estudante de publicidade na UCS, ficou desaparecida por uma semana. O corpo foi encontrado a 11 quilômetros do balneário, perto da ponte da Av. Sapiranga, na Vila Becker, em Dois Irmãos.

Barragens e açudes
Nos dias seguintes ao desastre, espalhou-se o boato de que as barragens de Herval e Gramado haviam se rompido, causando a enxurrada. A informação foi desmentida pelo Diário, já que as represas continuavam intactas. Contudo, seguia a suspeita do rompimento de taipas de açudes. Peixes de açude foram encontradas em vários pontos das áreas alagadas pelos rios.

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