Ivoti: continuação, lá e cá, lá e aqui

Raul Petry – [email protected]

 

CONTINUAÇÃO

Hoje faço uma continuação da coluna de ontem sobre a Rota Romântica de lá e a nossa aqui. Escrevi várias coisas sobre como é lá e como é aqui e a conclusão óbvia é que lá é melhor, como, por exemplo, a distribuição de renda, a inexistência de casarões. O Brasil tem uma das piores distribuições de renda do mundo e a Alemanha é um dos países mais justos, onde o abismo entre os mais ricos e mais pobres não existe. Outra coisa que não escrevi ontem foi sobre o transporte coletivo. Lá o principal transporte é o trem, você vai para os quintos do inferno de trem. Tem trem no Brasil? Outra coisa que não se viu lá foi poeira. Tudo, simplesmente tudo, é asfaltado. E o tratamento que recebem os pets? Cães na Alemanha são quase que como pessoas. Você vê eles acompanhando o dono na rua, no passeio público, nos trens, nas lojas, em tudo. No entanto, tem uma diferença. O dono sempre tem consigo um saco de plástico e uma pazinha para limpar quando o cão faz besteira. Caso contrário, o bicho pega. Lei lá é cumprida à risca.

LÁ E CÁ

No entanto, o que mais temos em comum é o gosto pela cerveja. É claro, temos muito mais coisas em comum. Mas aqui vou tratar apenas de cerveja. Sempre se contava aqui que os alemães bebem cerveja até no café da manhã e nós aqui achamos isto uma coisa inconcebível. Aqui não dá mesmo, se alguém fizer isso é chamado de cachaceiro, gambá, etc. Na verdade, ela simplesmente não desce. Os que estão viciados bebem cachaça desde de manhã cedo. No entanto, os cervejeiros não. Lá sim, você levanta da cama e toma uma cerveja no café da manhã, inclusive nós fazíamos isso. Isto dá para fazer e é cultural na Alemanha porque beber uma cerveja na Alemanha é diferente daqui. Ela é mais encorpada, geralmente de trigo, é tomada na temperatura do ambiente e você toma como se fosse um suco de laranja ou de uva, ou mesmo um refrigerante. Aqui se a cerveja não estiver gelada simplesmente não desce.

LÁ E AQUI

Quando chegamos em Munique ficamos sabendo que no Estado da Baviera cuja capital é Munique tinha cerca de 800 cervejarias. Ninguém acreditou. Hoje estamos aqui seguindo o mesmo caminho. Pipocam cervejarias em tudo que é lugar. Tal como lá, o Rio Grande do Sul está ficando parecido com a Baviera. Cada cidade tem a sua cervejaria ou até mais do que uma. Aquele espanto em 2007 era só o início da história. Só em Picada Café e Linha Nova, cada município tem três cervejarias. Em cada município da Rota Romântica tem uma ao menos ou várias cervejarias. O que lá é histórico, já existia na Idade Média, aqui se popularizou agora. Só que o costume de tomar no café da manhã não veio junto da Alemanha. Aqui cerveja é para ser consumida a partir do meio dia. Antes disso não tem jeito. Não dá para afirmar que sempre será assim, porque os costumes mudam cada vez mais rápido. Conhecendo melhor nossa Rota Romântica, chega-se a conclusão que somos bem parecidos com eles. Nossa região é linda, tem riquezas culturais e arquitetônicas únicas.